
Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Marcos Coelho, com "Poesia Flutuantes"
Poesias flutuantes...
Marcos Coelho
Libélulas em rasos d’água...
Vitórias-régias límpidas à flor da água,
A vida flui entre suas raízes flutuantes...
A vida pulula estuante...
Escrevem-se linhas de água na tinta do tempo...
Em rios choro doces prantos em água pura...
Nos mares choro amaros prantos em ondas de mar e areias...
As sereias cantam meu lamento triste...
As conchas registram o chuá de quebras de água na costa...
A vida não sabe o que esquecer...
O esquecimento simplesmente não vem quando se quer...
Não se morre, não se vive, não se sabe e se ignora...
A noiva vai esquecida no altar...
O noivo aonde irá?
Ouço o murmúrio de águas em chuvas torrenciais...
Se eu sei e se eu não sei,
o que importa é que o amor se serve em taças quebradas...
O vinho avinagrou-se do tempo sórdido olvidado...
Os gatos brincam nos telhados em pleno cio...
A luz do luar atiça os desejos...
As feras selvagens mal se contêm nos desejos do cio...
Hormônios e volúpias, quase que incontroláveis...
À flor da pele ou do pelo.
A máquina de coser versos...
... Está em seu movimento contínuo e pleno...
O namoro e a paquera sem tino...
Ouvir o sussurro ao pé do ouvido...
Arrepiar-se todo no imaginar o desejo...
Quero e não quero, o pássaro só canta...
O gotejar contínuo do soro na veia...
O gotejar contínuo da goteira no teto...
A vida flui de um porto ao outro...
O barco não cessa de navegar...
E, assim, pescador e pescaria...
Pescando ora tristeza, ora alegria...
O saber decrépito e insano do sentimento alheio...
Assertiva... eis o amor em cheio no peito antes vazio...
Amor e ódio e anseio, desejo e realidades...
Dualidade de um sentimento verdadeiro...
Abaixo a utopia...
Eis todo verso e a verdadeira poesia...
Quando a poesia sai, entro na pergunta sobre o ser poetador!