
Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Campo Grande (MS), Isaac Ramos, com Poema Cafeinado.
POEMA CAFEINADO
(Isaac Ramos)
Era um poema aromático…
Que ficou só o pó!
Mas um pó que dá energia,
Que tem cheiro de fazenda,
Fim de tarde ou amanhecer.
E de grão em grão
Gera sinestesia.
Coado no pano,
Coado no papel,
Imprensado na máquina,
Impressiona pelo cartel.
Na planta, arábica ou robusta,
Na folha ou na tela,
Sem embuste,
Um poema encorpado
Como um trago de vinho.
Na xícara,
Um poema gourmet:
Expresso, cremoso, cappuccino,
Breve como a poesia
Ou doble ou latte macchiato,
Caribenho ou café lágrima.
O que não pode
É perder o sabor ou a compostura.
No bule ou na cafeteira italiana,
Histórias são contadas
E servidas em goles aromáticos.
O cheiro do café prepara o poema
Em ebulição.
Bebido aos sorvos,
É uma metáfora degustativa!...
Maravilha de poesia com aroma de café