A escritora e poeta paulista Paula Valéria Andrade em sua poesia do livro A Pandemia da Invisibilidade, mostra: Futuro Autorretrato
FUTURO AUTORRETRATO
Ainda não decidi o futuro. Futuros possíveis além, dos retratos passados.
Eles são um estado mental de desejos e sonhos, E às vezes; nem queremos mais quando (finalmente) chegam.
Devaneios e anseios, muitas vezes sem freios, nos desejos.
Possíveis passiveis.
E se eu já não me sei, Penso não ser mais o eterno mesmo - de sempre - parado ali no tempo do retrato.
Parado, perco o fato. Atraso. Me perco no relato. Bloqueios possíveis.
Refaço a foto, E o futuro no ato.
Passo a passo, tato a tato, lado a lado.
A foto do fato no ato, Muda meu destino, calado.
Mastigo o passado. Desato o desacato.
Refaço o retrato. Retoco o foco, Lambo o lampejo.
Futuro traz,
o realejo.
Utopias de alegrias,
Repertórios de oratórios,
Sopram aos pássaros (residentes de minhas fantasias),
Novas elegias e supremas sinfonias.
Relicários de sonhadas utopias.
Vislumbro o que antes, Era apenas algo flutuante. Faíscas, de um inferno de Dante. Lágrimas de larvas, derramadas.
A vida vale mais vivida e bem amada.
Revejo revoadas, Voos em campos de sonhos Asas abertas sem pós nem fuligens, Futuros possíveis.
Me desnudo de desusos.
Hoje peregrino o destino, não sou mais errante. Sou um coração urbano, e mutante."
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