Para Helena Meirelles
de Tânia Souza - - - -
PARA HELENA MEIRELLES
Helena, mulher sem fronteiras
flor de guavira, brava sertaneja
brotou flor-fera em terras e sonhos
guaranis
na paleta de cores do sertão,
menina escondida compondo sons
e se tocar viola era coisa que
não-se-deve-moça-fazer
ela foi e fez
foi moça, mãe, enamorada,
solitária, mulher coragem, enluarada.
não haveriam de lhe cortar nem os
dedos,
nem os sonhos
foi para a zona, para a festa, para o
mundo,
foi violeira ser
e eram rios, pássaros,
bichos entoados na palheta do chifre
sagrado,
eram vozes e violas dizendo não,
ao não patriarcal
depois, foi tempo e descaminhos nos
mistérios do sertão.
entre as cordas do destino foi
curandeira,
foi parteira;
mãos lavadeiras
- escutando melodias das águas
pantaneiras.
Helena entre cobras, onças, jacarés,
bicho gente, bicho terra
roupas nas pedras quarando
mais de 30 anos se passaram
mas na caligrafia dos dedos vibravam
acordes e magias,
entre as cem mais, a palheta de
Helena se iluminou.
quis o destino fosse ela, estrela na
Guitar Player
Helena, passarinha andarisca
musicando artes de voar
eterna Dama da Viola,
dedos famintos de som e arte,
agora entrestrelas,
entoa melodias de liberdade
Tânia Souza
Amei
Parabéns