Poesia - Os quintais da minha infância, por Isaac Ramos
- Alex Fraga
- há 2 dias
- 2 min de leitura

Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor universitário, poeta e escritor de Campo Grande (MS), Isaac Ramos, com "Os quintais da minha infância".
Os quintais da minha infância
Quintais
Que tais
Imagina
Ações
Os quintais esquentam a memória
Os que tais alimentam-se de glórias.
Árvores, trapézios, circos...
São comboios de história.
Quando criança, nem precisava da fantasia de Durango Kid
Para me sentir um herói.
Minha mãe gritava: - “Durango, o sol está partindo! Entra pra casa”.
E eu dele me despedia com um aceno
A cena de galos, noites e quintais
Que, mais tarde, (en)cantaria Belchior.
O fio de Ariadne escapou pelos meus quintais.
Um pião, uma pipa de papel, uma bolha de sabão
Esticam o fio das memórias que tais.
A tarde me guarda em roupas de arco-íris
Enquanto João semeia pés de feijão.
Atos, tantos fatos...
Os quintais são terreiros férteis
Para (a)colher nossas imaginações.
Silêncio...
Só
No cio
Silencio
Sem lenço.
Sem
Tensas
Querelas
Sentenças
Sem
Tese
Sem
Pressa
Sem
Reza
Sem
Leva
Cem
Paga
Mas
Não
Apaga
Sofrimento
Sem
Asas
Porque
Suspiro
Tem
Casa
Tem
Alma
Tem
Tudo
Tem
Nada.
Armários
Trocados
Truncados
Antes
Toscos
Travados
Agora
Nos trinques
Trovados
Trabalhados...
Não mexa
No meu armário
De alma
Porque nele há portas
Que aportam
Muitas das minhas fantasias.
A bela
Abelha
Trabalha
O mel
O feio
Zangão
Separa
O fel
Abra
Os olhos
Abrolhos
Gleice vigia Virgínia
Andreia adula Adilla
Josiane jura justiça
Isaac isca a escada
Da teoria da poesia
Brim
Cadeiras
Sentadas
Não
Deixam
Humor
Em
Pé
Quando eu crescer quero voltar a ser criança,
Pois só criança sabe entontecer o verbo.
Piolhos
Pio
Olhos
Cato
Ovo
Eita
Coceira
Danada
Mudo
Cascudo
Estudo
Carrancudo
Depois
Sorrio
Verbo
De versos brandos
A versos brancos
Meus cabelos
Já não aguentam
Tanta tinta ordinária
Adorei
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️