Poesia - O Sapo no SPA/Espaço, por Isaac Ramos

Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor universitário, poeta e escritor de Campo Grande (MS), Isaac Ramos, com "O Sapo no SPA/Espaço"

O SAPO NO SPA/ESPAÇO

(Isaac Ramos)

Todo ano o mesmo sapo

Brincando no espaço

Brindando na lama

Pulando no rio Aquidauana

O sapo domina

A brincadeira do pulo

Do pulo do gato

Mesmo quando um político chato

Lhe promete um brejo

Todo perfumado

Ele não se engana

Com a cantilena

Que não é nova

E só renova a lama

Do drama do flagelado

Manoel de Barros disse:

“No Pantanal ninguém

Pode passar régua”.

E agora vem

Um filho da égua

Se dizendo o salvador

Do brejo

Que saiu dos quartéis

Das redes sociais

Para fazer selfie

Posando como filho de coronel

Ribeirinho não é isca

Para ser fisgado

Na linha do tempo

Cheia que se preza

Não tem sapo rindo à beça

E se esbaldando no spa

(Vou ali

Brincar de sapo

Conheço tantos

Que se fazem no verão

E fotogenicamente

Se estufam todo

Em selfies de cheias).

Curte aí, meu brother

Aquidauanastense!

17-01-2016

Sapopoema antevi

Um sapo tema eu descri

Rã-trepadeira ‘stá lá

Político sujo cá

Correnteza, para dor

Deste povo ribeirinho

Que não leu o Porta Voz

Repara o autoflagelo

Repara o torpedo nau

Recorta-me dos jornais.

Um sapo só não faz verão. É (seria) preciso que outros sapos (e)coa(ss)xem na cheia. E assim vamos tecendo amplidões.