Sexta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Carlos Magno Amarilha, com "O novo vem".
O NOVO VEM
O poema se encontra no fundo do poço
Peguei o balde e puxei, tirei,
sequei, limpei e coloquei na frente da casa
Passa o verdureiro que não está nem ae
Passa o vendedor de loteria
que desprezou totalmente,
só falava em milhões
Deu de encontro com o político
que prometeu e prometeu.
Depois, visitar.
O dentista passou e simplesmente ignorou.
O médico estava com muita pressa
e se desculpou e foi embora.
Até que o menino e a menina passaram...
E o menino vislumbrado comentou:
- Que beleza!
- Que maravilha!
- Estou arrepiado!
A menina com os olhos fixos, disse:
- divino, excepcional, magistral.
E tudo voltou como era antes,
a arte em uma luta de gigantes.
(Carlos Amarilha, in: Arandu Y Porã Terey).
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"tudo volta como antes", genial, uma luta dos artistas em fazer a arte e ser compreendida, as crianças sem preconceitos e sensíveis, ficam admirados diante da obra de arte e ao belo. Parabéns Amarilha, a arte sempre vai ser para poucos, principalmente quando não é para servir o capital.
Nelson Perez
São Paulo-SP
Muito bem
Análise do Poema "O Novo Vem"
Uma metáfora da arte e da sociedade
O poema de Carlos Magno nos apresenta uma rica metáfora sobre a arte e sua recepção na sociedade. A imagem do poema "no fundo do poço" é central e representa a arte como algo profundo, essencial, mas muitas vezes negligenciado.
Figuras de linguagem e a riqueza das palavras
Metáfora: O poema em si é uma grande metáfora. O "poço" representa a profundidade da arte, o "balde" é o ato de resgatar essa arte, e os personagens que passam representam a sociedade que a ignora ou a subestima.
Personificação: A arte, representada pelo poema, é personificada, sofrendo a indiferença e as promessas vazias da sociedade.
Antítese: A contraposição…