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Poesia - Não, eu nunca fui, por Sylvia Cesco

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 21 de jan. de 2022
  • 1 min de leitura

Sexta-feira, o espaço de poesia e textos literários do Blog do Alex Fraga abre esse dia da semana a partir de agora para mais uma poeta de Campo Grande (MS), Sylvia Cesco.

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Não, eu nunca fui.


Sylvia Cesco


Eu nunca desejei

uma vida cinzenta e morna;

ela foi se desfazendo em coloridas bolhas

de sabão.

Não nasci para ser confinada

dentro de espelhos distorcidos

nem tão pouco ser areia da praia ou do deserto

que arranha, corta e sangra a pele

dos seres inlúcidos ou esclarecidos.

Nunca fui uma desperançadora de pássaros:

- eles

e as borboletas

e a chuva

e o arco-íris

sempre voltam

incessante e insuspeitadamente.

Sabem que todas as mágoas dos homens

podem ser lavadas

e que, calma e serenamente,

jardins e praças serão reflorescidos

por (in) significantes seres rastejantes,

reconstrutores dos trieiros esquecidos.

Sim, confesso minha ex-culpa: eu nunca fui.

Sou de assobiar cantigas e “decifrar escuros”

com meu acastanhado olhar

como o poeta disse.

E para mim

não há nada mais sinceras

mais humanas, mais admissíveis

do que as palavras

de um poeta

posto que todas são

somente pelo divino traduzíveis.

 
 
 

2 comentários

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elemarcos
elemarcos
22 de jan. de 2022

Belo texto poético. Parabéns.

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Maria de Lourdes da Costa
Maria de Lourdes da Costa
21 de jan. de 2022

Parabéns

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