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Poesia - Morar de aluguel, por Carlos Magno Amarilha

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga


Sexta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Carlos Magno Amarilha, com "Morar de Aluguel"


MORAR DE ALUGUEL


Naquele prédio

que morei

quando vejo novamente

abro a mala de recordações

que o tempo levou

toda vez que passo na frente

muitas coisas ficaram ali


já morei nesse lugar

toda vez que te olho

começo a namorar


muitas lembranças

estão guardadas ali


o prédio em que vivi

passa o filme sim

muitas coisas ficaram ali


elevador no decimo oitavo andar

apartamento 1806


quando via as pessoas da janela

eram todas formiguinhas

carros, ônibus, motocicletas

passarelas, faixas de pedestres, sinaleiros


hoje moro tão longe do

quarto de perder à vista

que o tempo levou


e eu, zarpei para além

de saudades

bem longe daí


toda vez que passo ali

difícil de esquecer

afinal, eu vivi no prédio

saudades dos tempos que ali vivi


foi se embora com os ventos do passado

que só existe na memória congelada



(in: Amarilha, Carlos. Arandu y Porã Terey)

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5 Comments

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Guest
Dec 10, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

❤️❤️👏🏿👏🏿❤️❤️❤️❤️❤️❤️👏🏾👏🏾👏🏾

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Guest
Dec 07, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

Assim mesmo, morei em vários lugares, e cada, lugar deixamos um pedacinho da gente. Os poetas sabem cantar a nossa saudade.


Eder Loureiro

Garça - SP

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Guest
Dec 06, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

que lindo:

"abro a mala de recordações

que o tempo levou"


Renato do Nascimento

São Paulo


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Guest
Dec 06, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

bem poético

parabéns


Rita de Cássia

Dourados-MS

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Guest
Dec 06, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

A Saudade Concretizada em Versos

O poema "Morar de Aluguel" de Carlos Amarilha nos convida a uma profunda reflexão sobre a memória, a saudade e o sentimento de pertencimento a um lugar. O eu lírico, ao passar pelo prédio onde um dia viveu, abre uma espécie de portal para o passado, revivendo momentos e sensações que marcaram sua vida.

Figuras de Linguagem e a Construção da Memória

O poema é rico em figuras de linguagem que contribuem para a construção de um universo poético intenso e vibrante. A metáfora da "mala de recordações" é central, pois representa o acúmulo de experiências e emoções que o eu lírico carrega consigo. A personificação do prédio, que "passa o filme sim", evidencia a…


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