Sexta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Carlos Magno Amarilha, com "Morar de Aluguel"
MORAR DE ALUGUEL
Naquele prédio
que morei
quando vejo novamente
abro a mala de recordações
que o tempo levou
toda vez que passo na frente
muitas coisas ficaram ali
já morei nesse lugar
toda vez que te olho
começo a namorar
muitas lembranças
estão guardadas ali
o prédio em que vivi
passa o filme sim
muitas coisas ficaram ali
elevador no decimo oitavo andar
apartamento 1806
quando via as pessoas da janela
eram todas formiguinhas
carros, ônibus, motocicletas
passarelas, faixas de pedestres, sinaleiros
hoje moro tão longe do
quarto de perder à vista
que o tempo levou
e eu, zarpei para além
de saudades
bem longe daí
toda vez que passo ali
difícil de esquecer
afinal, eu vivi no prédio
saudades dos tempos que ali vivi
foi se embora com os ventos do passado
que só existe na memória congelada
(in: Amarilha, Carlos. Arandu y Porã Terey)
❤️❤️👏🏿👏🏿❤️❤️❤️❤️❤️❤️👏🏾👏🏾👏🏾
Assim mesmo, morei em vários lugares, e cada, lugar deixamos um pedacinho da gente. Os poetas sabem cantar a nossa saudade.
Eder Loureiro
Garça - SP
que lindo:
"abro a mala de recordações
que o tempo levou"
Renato do Nascimento
São Paulo
bem poético
parabéns
Rita de Cássia
Dourados-MS
A Saudade Concretizada em Versos
O poema "Morar de Aluguel" de Carlos Amarilha nos convida a uma profunda reflexão sobre a memória, a saudade e o sentimento de pertencimento a um lugar. O eu lírico, ao passar pelo prédio onde um dia viveu, abre uma espécie de portal para o passado, revivendo momentos e sensações que marcaram sua vida.
Figuras de Linguagem e a Construção da Memória
O poema é rico em figuras de linguagem que contribuem para a construção de um universo poético intenso e vibrante. A metáfora da "mala de recordações" é central, pois representa o acúmulo de experiências e emoções que o eu lírico carrega consigo. A personificação do prédio, que "passa o filme sim", evidencia a…