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Poesia - Marielle é Maré, por Paula Valéria Andrade

Sábado no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a poeta e escritora de São Paulo (SP), Paula Valéria Andrade, com o poema intitulado Marielle é Maré


Marielle é Maré,

Sorriso vivo e força no pé.

Balançava o mar da Maré, no andar. Sabia pular ondas da vida, e do mar.

A Maré é de Marielle, e de tantas outras tantas mulheres, negras, brancas, pobres, casadas, viúvas, santas.

A Maré que é alta e baixa, estreita e larga, se acaba hoje na desgraça rasa.

A Maré chora Marielle, derrama sua lágrima de lama. Salgada é a dor da morte, da negra moça Marielle?

Chacina violenta de extermínio animal, sem igual. Teor brutal.

A Maré chora o mar de amar de Marielle, e suas pálpebras estão cerradas para sempre.

Mulher mar, Marielle andava nas aguas bravas Lutava nas sombrias esquinas com falta d’água

Sua voz veloz e sagaz ecoava a luta da antiviolência Via travessia eficaz da resistência

Clemência e sapiência da menina descalça que saiu andando cedo de lá

Para resistir e lutar Resistir e lutar

Por todos oprimidos e sem voz, poder falar

Para resistir e lutar Resistir e lutar

E no infinito, Para sempre, nos representar.

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