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Poesia - Mangue, por Paulo Portuga

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga



Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor, compositor, poeta e músico de Dourados (MS), Paulo Portuga, com "Mangue".


MANGUE


Ai que saudade do mar

Que me faz sonhar

Um caboclo como eu

Aqui do sertão

Beirando a fronteira do mato

Onde os rios se formam

Brotando das pedras do chão

E descem em cascatas

Percorrem meus sonhos...


Quando o homem

Descobrem os encantos da mata

A ameaça se alastra

E sobe o cheiro de pólvora...


Enquanto o rio desce

Por entre as serras

Serpenteando por plantações

Margeando as favelas

Recebendo o que o homem tem feito

Lixo, detergente e sabão...


O encontro das águas no mangue

Deixando seu rastro de poluição

Quase sem alma, sem peixes

Sem vegetação


É de doer o coração...

A natureza se afasta

Se esconde por entre árvores

Em áreas de proteção

E nem assim o homem

Se dá conta

Do perigo que o ronda...

Quando a temperatura esquenta

Aumenta a chuva

Desce a lama

Soterrando vidas...


É necessário

Prestar mais atenção

Desarmar o arpão de ferro

Salvar o que ainda resta

Sem rodeios e bem depressa

Quem sabe aí

Eu sonhe outro sonho

Onde os pássaros se alegrem

Que os homens creiam

Que é possível viver

Com menos destruição...


Paulo Portuga, do livro Mutirão de Ideias.

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4 Comments

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Guest
Oct 31, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾

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Guest
Oct 30, 2024

O mangue é filtro generoso dos nossos excrementos e berço de muita vida… Viva Chico Science e o Portuga!

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Guest
Oct 30, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

Legal

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Guest
Oct 30, 2024

Parabéns

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