Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta, professora, compositor, músico de Dourados (MS), Paulo Portuga, com "Ipê"
IPÊ
Os ventos de outono chegaram
Derrubando as folhas secas
Que se desprendem
Do velho pé de Ipê
Anunciando um tempo fugaz
Flores do próximo inverno...
Cachos de cores intensas
Primeiro floresce a roxa
Em seguida, amarelas, rosas, brancas
Até as flores verdes que são raras
Pintam o chão com sua cor
Beleza mais que necessária...
Nativa do Brasil é a flor nacional
Se espalha pelo país inteiro
De norte ao sul, leste à oeste
O Ipê flor resplandece
Serve de contemplação
Para o bem-estar da população...
Floresce só uma vez por ano
Durante o solstício de inverno
Quando os dias são mais curtos
E as noites mais longas e lentas
Embelezam as cidades
E todo um ecossistema...
Suas cascas, folhas e flores
Tem propriedades medicinais
Serviu às populações originárias
Combateu males e doenças
Enfeitou os caminhos
Fortalecendo suas crenças...
Sua madeira dura e nobre
Tem cor parda escura
Virou brinquedo, caixa,
Viga, mesa, cadeira, balcão,
Ponte, instrumentos musicais
E o tampo do meu violão...
É fácil confundir o Ipê
Com o Jacarandá Mimoso
Tanto o amarelo quanto o roxo
Árvore muito exportada não à toa
Entrou pelo rio Tejo
Hoje pintam as avenidas de Lisboa...
Por isso, te digo:
Adoro ver um Ipê florido
Paro na beira da estrada
E contemplo a sua beleza
Encho os olhos e sinto
Os requintes de sua nobreza...
Paulo Portuga, 04/06/2024.
Legal. Bom dia Portuga
Poemas sempre inspiradores!!!