Sábado no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Sobral (CE), Ítalo Rafael Lima Dourado, com seu Eu tenho um sopro.
Eu tenho um sopro
Tenho um sopro. Uma fadiga tão alta, é (um) meu mal. Se eu não fosse teimoso diria que ele me faz perder as forças.
Meu sopro foi o primeiro ruído que o bebê ouviu quando veio ao mundo. No entanto, suponho, que pensem que o meu sopro é uma doença.
Se eu não fosse teimoso diria que fui apanhado nos portões do peito. Ele bate as asas e faz vibrar através das hastes do auscultador.
Meu sopro foi o primeiro ruído que espalhou, nos campos, os nenúfares. Suponho, no entanto, que pensem ser o meu sopro tal qual doença.
Foi na minha genética familiar. Sem ter meditado sobre isso, como era de se esperar, que notei esse eflúvio sem qualquer manual.
Meu sopro foi o primeiro ruído a despertar a vontade dos ancestrais de regressar. No entanto, suponho, que pensem ser o meu sopro tal qual doença.
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