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Poesia - Estiagem, por Fabiano Pereira

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 29 de mar.
  • 1 min de leitura

Sábado no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o empresário e poeta de Dourados (MS), Fabiano Pereira, com "Estiagem".


ESTIAGEM


O mato ficou tão seco,

Que o leito do rio encolheu.

Muitos peixes lá partiram,

E quem ficou já padeceu.


Chora minha terra ardida,

Toda seca e rachada.

A mata jaz destruída

Por essa seca desgramada.


O Sol arde em ferida,

Se escondem a bicharada.

Já não há muita comida

Nessa seca que maltrata.


A vida ficou diferente;

Na falta do que é da gente.

E, vivendo assim impotente,

Aguardo os riscos da chuva,

Que banhe a contida angústia

Enxurre paz ao que há na mente.


O verde se quedou pálido;

O sentimento ficou latente.

O solo cada vez mais árido,

A gente cada vez mais doente.

O Pantanal, antes impávido,

Se desidrata lentamente.


Às vezes vê-se uma nuvem,

Sente a temperatura mudar,

Mas não passa de ameaça,

Essa estiagem não passa.

Minha alma começa a secar.


Mas se a chuva não chegar,

Resta a dor a nos rondar,

E os brotos da esperança,

Que cresciam em abundância,

Começam então a murchar.


O rio da felicidade raleia,

O verdejo da vontade vai embora.

Como mata que definha,

O sentimento de outrora,

Que se vai para outro lugar,

E tudo está a acabar.

Até quem sabe, a chuva voltar.


Fabiano Pereira

 
 
 

1 Comment

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J
Mar 29
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Ótimo!!

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