Poesia - Estado de Poesia, por Cláudia Finotti

Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a escritora e poeta de Campo Grande (MS), Cláudia Finotti, com "Estado de Poesia".

Estado de Poesia

Todo dia a Natureza

emprenha-se de Poesia!

Cria e desfaz

"O bem querer "que eu queria

à tanto tempo e não sabia.

Pinta com espatuladas Impressionistas

o Tempo de amanhecer,

em entardeceres longos e quentes,

como a mágica tela de um Artista,

brincando com as sombras secretas

de todo e qualquer

 incógnito "ser",

 de ficção ou não,

no Surreal Teatro Social

 das Máscaras Anarquistas.

Chego a enamorar das horas

demoradamente,

sem pressa...

com calma...

matando a sede de te querer

alienada quase a tudo e todos ao meu

redor.

Como era de se esperar,

anoiteço de enganos tolos

para Renascer em Metamorfoses

de borboletas multicor

em voos doces e inebriantes.

Misturando nas asas livres,

poemas soltos:

amarelo,sépia,azul e carmim,

em Estado de Poesia e Graça,

decodificando em meus sonhos febris,

VOCÊ ,desnudado inteiro pra mim!

Num estranhamento de vidas e corpos

descobertas de curvas e retas

não menos perigosas e delirantes

do que a Aventura

muda e perplexa

de me entranhar em teu "ser"

sôfrega de uma lucidez

para melhor te conceber

sem exageros nem porquês.

Chego as vezes me pegar

com os olhos rasos d'água,

transbordando o êxtase dos teus caminhos áridos

enquanto encho meu peito

de sentimentos ávidos

e a absorção de uma ideia fixa.

Enfim, anseio em saber

em qual frequência

essas asas batem,

fazendo flutuar

emoções e pensamentos

que valseiam no ar

como Conjurações Sagradas,

feitas na florestas em noite de luar.

Vivo em Estado de Poesia !

 Encantada pelos versos brancos

que você fez pra mim um dia,

em resposta a tanto prazer e euforia.

E ,nessa leitura que faço do teu " ser"

aprendo a amar, sorrir, chorar,

confiar, me entregar, desacreditar e sofrer...

a exumar sentimentos fosseis

e me desapegar de você.

Misturando o dia e a noite,

encompridando o tempo sem respostas,

 que atrevido e inocente,

se enamora perdidamente,

desse Estado de Poesia permanente,

que por hora, com fome me devora,

por completo e insanamente,

para uma vida inteira ,sem demora,

com exaltação e primazia

sucumbir as paixões de outrora

Pois me perco e me encontro,

na inconstância pueril e marginal

do lúdico e sempre necessário,

Estado de Poesia Matinal!

Cláudia Finotti