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Poesia - Enquanto o sol se deita, por Cláudia Finotti

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 30 de jul. de 2023
  • 1 min de leitura

Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a escritora e poeta de Campo Grande (MS), Cláudia Finotti, com Enquanto o sol se deita.


ENQUANTO O SOL SE DEITA

Minha pele arrepia Quando o entardecer Pinta de cores O céu do cerrado.


E aquele amarelo dourado, Em cima de tudo derramado, Coloca luz e movimento Em tudo que está parado.


Faz minh’alma rezar baixinho, Refletindo desejos nos carixós e brejos, Tremulando sonhos semeados no caminho Abertos na floração inocente dos aguapés.


Onde vez ou outra Encontram-se pegadas De almas velhas Andarilhos de longas estradas.


O cerrado se faz presente Mesmo para os desocupados ou ausentes, Que levam consigo saudades Misturadas com terra vermelha e emoções quentes Desprovidas de quaisquer maldades.


Pisam com os pés descalços No seco e estéril arenito, Carregando segredos encalços Em seus corações tão jovens quanto atrevidos.


Lembranças são passageiras E costumam ser levadas pelas mãos, Como crianças birretas fazendo arruaças, Levantando e espalhando poeiras, Feito arauto distribuídos nas praças.


Os bichos fitam ouriçados Como quem comunga depois da missa. O peão toca o berrante Ressoando sua fé submissa.

Enquanto o sol devagar Vai deitar em Mares de Xaraés, Para de novo e de novo Amanhecer em outro lugar.


Cláudia Regina Finotti Vieira Pontes

 
 
 

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