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Poesia - Enigma Azul, por Isaac Ramos

Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor universitário, poeta e escritor de Campo Grande (MS), Isaac Ramos, com Enigma Azul.


ENIGMA AZUL


Não tenho a pretensão

de ser o último romântico

Nem desejo ser um louco poeta enganado

Para não ver a minha cama remexida

E ocupada por versos

amanhecidos e amarelados

Prefiro a vista dos teus olhos lassos

E as tuas mãos me achando num abraço

Ou quem sabe um beijo

carregando um sorriso assustado.


Não quero o perdão de um amor mal vestido

Muito menos a frigidez

de uma mulher indignada

Quero sim ver o renascer da aurora

Quem sabe até seja a minha hora

Também não desejo a rima fácil estorvante

De um amor adjetivo e distante

Sou mais a paixão que cohabita

nos corações alheios

dos eternos amantes.

Antes, prefiro vê-la

Subjugada a verbos no infinitivo:

Bulir, gritar e refazer.


Assim quando atrasada a madrugada chegar

E me encontrar nos teus pés

com um pijama de lágrimas

Direi a ela que não é sofrimento nem compaixão

E sim o mais puro sentimento

Que um homem pode ter por uma mulher.

Amor, desprendimento e arrebatamento

Um coração só não consegue contemplar

Pois, todo carinho será pouco mas necessário

E o infinito enigmático, porém azul.





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