Sábado no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a poeta e escritora de São Paulo (SP), Paula Valéria Andrade, com Do fim ao fim.

Do fim ao fim
O que contorna enrola o que tá dentro.
Picasse tirou o contorno para ver o centro.
O centro é o que vem de dentro para fora.
O centro é uma bola de fogo do mundo que rola.
O miolo é recheio do centro.
O miolo do pão se não se come agora,
passa da hora.
As minhocas são como o miolo que cai no rio.
As minhocas substituem o miolo e ficam no fio.
O fio divide o começo e o fim.
O fim é o lado do fio que não diz sim.
O fim é quando acaba o pão.
O fim é o que se vai embora.
O fim é o lado de lá do fio que diz sim ao não.
O fim quando chega não tem hora.
[Londres,93]
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