Poesia - Desejos, por Isaac Ramos
- Alex Fraga
- 12 de fev. de 2024
- 1 min de leitura

Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Campo Grande 9MS), Isaac Ramos, com Desejos.
DESEJOS
(Isaac Ramos)
O poema empalma o pecado
E o que era suplício é agora desejado
A pena satisfaz a sina
E o que era seco passa a ser salivado
O veneno satisfaz a vontade
E o que era ínfimo agora é sublimado
Não me enterrem ao largo da poesia
Não me condenem
A uma estupidez eterna
Não me provoquem
Impossíveis diálogos
Prefiro ornar
O corpo alvo do poema
Cingindo nele ideias cortesãs.
Quero coroação em festa bacante
Quero brindar com desejos errantes
Assumir tolas inconsequências
Por beber vinho no desnudo corpo do
poema
Quero lambuzar-me de versos tortos
de sintaxe
Eriçar penugens dos impossíveis cantos
E nos encantos de cada palavra
Satisfazer-me com as nervuras do
texto.
(do livro TEIAS E TEARES (2014), p.33)
A poesia rubra a face, cora a alma em desejos latentes, pelos tecem enrosco na trama da carne enrijecida e trêmula, rasgando fibras dos versos ocultos.
Belo
Muito bom
Lindo
❤️❤️❤️❤️❤️