Sexta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Carlos Magno Amarilha, com "Crepúsculo"
Crepúsculo
conversa para boi dormir
fora de estante
não convenceu geral
sem aplausos
o artista de raiz
sempre vai sentir
a dor do outro
que se experimenta
e cantar o amor
fazer a revolução
da paz
o poeta vai a rua da praça em sua busca
mas enquanto isso
passeia o cão de guarda sol
da chuva que ameaça
lojas com pessoas gritando
aqui sim tem o que te aguarda
um filme a-mão-armada
com pipoca, coca cola e mostarda
sofre o pedinte do sinaleiro fechado
naturalmente naturalizado
sem pus
atravessa o cabeça de chapéu
e de boné
moto não respeita a treta toda
celulares ligados
tirando fotos três por quatro
assimilados a milhão de segundos
no ar que atura a árvore solitária
promovendo sombra
e músicas de belezas indivisíveis
a cigarra canta e aplaude
o sol da tarde
em alegrias que poucos veem
se você topar eu topo também
e vamos conhecer
tá-a-fim!
(In: Carlos Amarilha. A Galáxia da Tipografia, p. 59).
São poemas assim que fazem a gente acreditar que os sonhos são possíveis.
👏👏👏👏👏👏👏👏👏❤️❤️
Que luz! Poema bem massa!
Mano você sempre nos surpreende.
Estou lendo seu livro brother.
Oh! Bem paulistano! Gostei muito.
Nelson Peres
São Paulo - SP
Demais! Pura poesia!
Que reflexão fora do comum, por isso, a poesia é assim, desobedece às ordens.
Rita de Cássia
Professora de Língua Portuguesa
Dourados-MS