Sexta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Carlos Magno Amarilha, com "Carga D'água"
CARGA D’ÁGUA
Roberto Alexandre correu da chuva
e se escondeu no botequim
o pão francês, queijo, presunto e maionese
virou misto quente
com pingado
tampou tudo no ouvido duvidando
dá precipitação atmosférica
anunciado antes pelo feiticeiro da meteorologia
que aparece diariamente no jornal na rede local
com os olhos vendados e por isso molhado
sabia que vendiam fiado para os vizinhos
ou no cheque chorão
em que pediu: - Ei chefia, abre uma conta
para mim, moro nesta rua no 1248,
no apê 212, 2.° andar e trampo em tal lugar
- O que queres? Respondeu o proprietário
- tomar umas e bater aquele rango dá hora!
e o poeta observa todo mundo e a chuva
que se viram nos’trintas,
que se dão bem, ganham & vencem
só o poeta não encontra ninguém
(mesmo pagando à vista)
‘Apóstrofe’ da linguagem figurada:
Ó nuvens! Quantas águas estenderas ainda?
Ó chuva! É urgente trazer um amor para mim
[Amarilha, 2023, p. 36; In: POESIA EM 360°).
massa, poesia de alto nível
Uma carga de poesia bem elaborada e uma boa dose de sentimentos.
Julio Vinicius
Ponta Porã - MS
Você passeia lindamente pela poesia. Parabéns!
Lilian Oliveira - Santos SP
Adoro poesia assim, quando tem uma história e final apóstrofico. Sandro Amorim. Recife-PE
apóstrofe é uma figura de pensamento usada para dar mais destaque ao texto.
Apóstrofe, UTILIZADA NOS TEXTOS para interrupção súbita do discurso que o orador ou o escritor faz, para dirigir-se a alguém ou a algo, real ou fictício (p.ex.: a seguir, leitor amigo, contarei a história tal como sucedeu).