
Um sábado de estreia no Blog do Alex Fraga. Poeta e escritor, empresário, formado em Administração, com especialização em Gestão Empreendedora de Negócios e em Gestão Organizacional, Fabiano S. Pereira, (Dourados MS). Filho de Domingos, um emigrante da roça do interior de São Paulo e de Jalma, filha de um tropeiro que nasceu em Bela Vista, sou a segunda geração a administrar os negócios da família (Compensados Dourados e MAMAconstru), junto com minha irmã. Escreveu seu primeiro poema ainda garoto, no ensino fundamental. Décadas depois, agora com 48 anos, motivado pela Denise Caramori, por uma talentosa e amada escritora. Chega em sua estreia com "Caminho de Ferro". "Retorno ao papel com versos sobre sentimentos. Escrever, para mim, é como navegar em um mar revolto de emoções. Vai doer? Claro que vai; afinal, mar calmo nunca fez bom marinheiro".
CAMINHO DE FERRO
Fabiano Pereira
Na estação da vida,
O maquinista sua mão acena.
O trem começa a mover,
Em sua jornada amena.
Pois eis que nos reencontramos,
A bordo do mesmo vagão.
Fomos amor na juventude,
Nos separamos sem razão.
O longo tempo, essa amplitude,
Não apagou nossa paixão.
E depois de tanto tempo,
Cá estamos, lado a lado.
Não pensei estar aqui novamente,
Meu coração já estava dormente.
Ledo engano, desvairado.
O trem da existência nunca para,
E vimos no outro o quanto mudou.
Os fantasmas que só assombravam,
As visões que nas janelas passavam,
Anunciavam que o encanto acabou.
A felicidade agora raleia,
O amor já sem tanta razão.
Seu olhar regressa para trás,
Para a outra composição.
Mas não desembarcamos,
Não soltamos nossas mãos.
Eu, querendo-a sempre mais,
Guardar-te-ia no coração.
Mas você pouco me olha,
Não me dando atenção.
E nessa batalha inglória,
Eu soltei a sua mão.
Cá estamos em outra estação;
Parece seu destino final.
Nos trilhos da nossa vida,
Você ensaia a descida,
Coloca o pé no degrau.
O trem apita para a partida,
O tempo volta a avançar.
O caminho é só de ida;
No meu peito, a ferida,
Pois sigo só, a viajar.
Ao olhar para trás,
Distanciava-se a estação.
Me assustei e quase sucumbo,
Ao ver, bem ao fundo,
Teu rosto noutro vagão.
Você não conseguiu ir embora,
Não deixou o sonho acabar.
Eu corri como em outrora,
Sem quase conseguir respirar,
Chegar perto de você,
Sentir seu cheiro e te falar:
– Ainda há tempo nessa vida!
– E com você, minha querida,
Esse caminho vou trilhar.
Fabiano Pereira
Caramba. Que coisa linda!
Sandra Luiza
Cuiabá MT
Um poeta diferenciado. Parabéns mesmo.
Flávia Ferreira
Três Lagoas - MS
Que maravilha. Muito legal. Parabéns poeta.
Solange Moura
Porto Alegre RS
Lindo poema arrasou
O Blog sempre descobrindo grandes poetas. Ele é ótimo.
Luciana Alencar - Fortaleza CE