
Quinta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o advogado, poeta e escritor de Campo Grande (MS), Athayde Nery, com "Céu Noturno".
Céu Noturno
Fiquei olhando aquele céu noturno nublado
com estrelas tonteadas.
Um vento cintilante cortava as beiradas da minha solidão.
Me veio na memória castelos Shakespearianos
repletos de fantasmas.
Não sei se Macbeth, Hamlet ou Ricardo.
Todos atordoados de tragédia.
Suassuna me sussurrou
suas crenças generosas
de um cristo negro com sotaque.
Guimarães me apresentou seu coisa ruim
na garrafa dos nossos medos e segredos.
Esse cabra já amava o proibido sem pecado.
Drummond disse “não” para a Máquina do Mundo.
Que ousadia construir antevendo tanta tecnologia
só com datilografia e poesia.
De repente a Lua me sorriu e se mandou.
Só sei que adormeci e acordei com uma estrela no colo.
"O céu noturno de Campo Grande", uma noite de pura poesia! Athayde Nery, poeta e escritor da terra, com certeza se inspirou na beleza melancólica das estrelas tonteadas e do vento cintilante que cortava a solidão.
A mente do poeta vagava por castelos shakespearianos, assombrados por fantasmas de personagens trágicos como Macbeth, Hamlet e Ricardo. Tragédias que ecoavam em sua alma, talvez?
De repente, a voz de Suassuna surge como um sussurro, trazendo crenças generosas e a imagem de um Cristo negro com sotaque, uma visão que aquece o coração e renova a fé.
Em seguida, Guimarães Rosa surge com seu "coisa ruim" engarrafado, uma metáfora para os medos e segredos que todos carregamos. Um cabra que amava o proibido…