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Poesia - Cântico ao amor proibido, por Narinha Lee



Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a escritora e poeta de Campo Grande (MS), Narinha Lee, com: "Cântico ao amor proibido".


Cântico ao amor proibido*


Eu sempre soube que você seria

assim como o Sol que

encanta

no entardecer e aquece no

amanhecer.


Mas sempre a uma distância chorosa

onde não posso sentir

o teu cheiro.


Quando o desejo incendeia meus

sentidos,

minhas mãos não

pode tocá-lo

e meu corpo não

pode senti-lo.


Eu sempre soube

que a tua amabilidade

e a tua gentileza,

estão nos versos que tua alma dita.

Um poeta não poderia

ser diferente!


Não romancear

o dia a dia seria

como negar a poesia.


Eu sempre soube que

a praticidade era um

vínculo

que não lhe permite uma

paixão,

posto que a paixão é

um requisito da

loucura, dessa loucura que nos tira do

prumo e nos enche de ternura e

amor lascivo.


Ao homem público

isso não é permitido,

ao poeta sim!

Num vacilo,

cheguei a pensar

que o Poeta se

perderia na poesia

e mergulharia nos braços

da paixão...

Doce ilusão a minha!


Eu sempre soube

que pra você os

braços cotidianos são

mais

confortáveis

e seguros, mesmo que a

solidão

dos dias cheios,

torne-o vazio nas

noites cômodas.


Eu sempre soube que

me renderias versos para

que eu respirasse

o oxigênio das palavras

e não morresse

sufocada.


Eu sempre soube

que nos dias

e nas noites à tua espera,

quando minha alma

clamava pela tua

voz, pelo teu sorriso, meu

corpo

desejava o teu toque e minha boca

os teus beijos, eu acabaria por

encontrar o tangível que me negas.

Minha alma de pronto

recusa

o suposto “bem” encontrado...

Não me inspira versos!


Eu sempre soube

que a poesia

é o termômetro que

mantém a chama

da paixão viva em

mim. Paixão jamais

esperada, que me move

e não faz nenhum sentido...

Passeia a cheirar perfumes

de flores amarelas

que exalam amor proibido. Foi aí,

que você se tornou o meu vício.

Permiti-me a ilusão do “querer” e

do “quem sabe um dia”...


Só que o tempo “sabe

passar

e eu não sei”!


A espera ilusória é o

tormento e você o alento

que não virá!

Eu sempre soube!

**************

Narinha Lee

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