Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a escritora, poeta e professora universitária de Dourados (MS), Ilsyane Kmitta, com "Bruca eu sou".
Bruxa eu sou
Nasci de uma mulher
Que nasceu de outras mulheres
Uma indígena, uma mestiça, uma bugra
Três gerações até eu chegar aqui
Venho de uma geração de bruxas
Antepassadas de estirpe nobre
Mulheres nada ficcionais
Antepassadas de inúmeras fases
Em lindas faces de mulheres
Violentadas pela superstição que se espalhava... as difamava
A Sibila transfigurada na bruxa
Mulheres vítimas do ódio e da inveja
Violadas e julgadas ... queimadas
Vítimas de dogmas de um cristianismo mascarado
No eterno embate entre o Bem e o Mal
Mulher foi símbolo da perdição e do pecado
A Sibila renascia... seguia com a nobreza da mulher
Manipulando ervas e curando doenças
Curando seus filhos e outros filhos
E filhas de outras filhas
Foram tantas as fórmulas mágicas
Que viravam chás, emplastro e unguentos
Que curavam qualquer dor
Qualquer dissabor
Travesseirinhos de ervas
Chás de louro e alecrim
Do Egito ao Mundo Novo
Mulheres taberneiras e seus dialetos
Venho de gerações de Antepassadas
Decifrando a existência mundana
E hoje, sem desatino
Muitas Sibilas feito bruxas por aqui vejo
Seguem livres, mulheres de estirpe nobre
Realizando seus desejos
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