Poesia - Ao som de Milton, por Paulo Portuga
- Alex Fraga

- há 17 horas
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Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor, poeta, músico e compositor, Paulo Portuga (Dourados MS), com "Ao som de Milton".
AO SOM DE MILTON
Estava dentro de mim,
Não havia barreiras
Para o meu cantar.
O som saía livre
Ao encontro do universo,
E quanto mais eu cantava,
Mais rompia a bolha
Que ainda me sufocava.
A membrana tênue
Expulsando o ar
Do fundo do meu peito,
Do abdômen e diafragma
Levando minha dor
Num balão sem direção,
Num trem imaginário
Cortando serras mineiras.
A voz sentida
Desafiava o jazz,
A esquina esquecida
Pelo ruído dos carros.
Meu peito satisfeito
Dormia à luz da lua.
Ao som da voz de Milton,
Um totem invisível
Se ergue à minha frente.
A música chama
O corpo para dançar,
Como a mandala
Te convida a pintar:
Com o coração pleno
Maior que o mundo,
Só por ouvir teu cantar.
Nessa noite de deleite,
Vou descansar sem medo,
Com a certeza que
Um novo dia vai chegar.
Paulo Portuga, 23/11/2025





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