Poesia - Alvitramentos na inocência de só existir..., por Marcos Coelho
- Alex Fraga
- 11 de mai.
- 2 min de leitura

Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Marcos Coelho, com "Alvitramentos na inocência de só existir".
Alvitramentos na inocência de só existir...
Marcos Coelho
A fragilidade e a inocência roubada...
A luz do amor angélico me resgatou...
A morte que se avizinhava incorrupta pelas ações humanas...
A vendedora de fósforos em sua última e derradeira luz...
Acordar de um pesadelo somente e sobreviver...
Acordar onde se dorme em pleno relento...
Agora, totalmente alienada e impossível...
O inverno cruel e ausente de uma alma íngreme e inerte.
As palavras me envolvem e me abraçam sem segredos, agora...
Beijar e ter a certeza de que nada vai acontecer ali...
Caminhar sem saber aonde ir...
Pés sagrando sobre o tórrido asfalto...
Degredo de um sonho em projeto real e possível...
Despedaçada a última fatia de humilhação...
Não há ali refeição, há um buraco no estomago e na alma...
Destino verdadeiro da dúvida na alma em trânsito ao divino...
É, com certeza, a aspereza da palavra que o tempo não cura...
Eliminar o que é profano ao ataque social...
Eu fui essa criança, eu fui o último ultraje...
Extraindo da alma em versos as suas doces poesias...
Flores desabrocham sem jardins...
Hombridade real e absoluta...
Na aposta do que mais se deseja na incerteza do que se sente...
O amor materno foi minha esperança...
O beijo eterno da estátua de pedra...
O certo é o apostar em utopias vãs e levianas...
O corpo da criança jaz ultrajado no esquecimento...
O desejo certo e frêmito de existir que é: ‘Ser FELIZ’.
O destino é fruir em essências...
O futuro me proporcionou o amor necessário...
O homem foi corrompido em sua humanidade...
O improbo acontecimento, o vero símbolo sacro...
O toque dos sinos da catedral...
Perfumes exalam pelo ambiente e obstruem odores...
Porque existir é em poesia o aspecto principal...
Preencher em caligrafia o vazio que trago no ferido peito...
Que sangra com os sentimentos olvidados...
Queda livre sem paraquedas
Resistir às cirurgias cáusticas...
São asas postas e, agora, abertas aos espaços infindos...
Saturado de palavras ruins só restará dúvidas...
Sem beijos, sem abraços, sem toques...
Sentir e cantar o sentimento honesto e próprio.
Sentir que logo irá ruir...
Viver integralmente, voar esperando cair...
Voar para um fim certo... A ETERNIDADE.
Pessoa sensível. Que fotografia poética. Parabéns Marcos!
Jorge Barbosa
VITÓRIA / Espírito Santo
Excelente e muito sensível o Poeta Marcos Coelho. Obrigada por partilhar este encantamento poético.
Porto Velho/RO