Poesia - A queda de Sophia, por Cláudia Regina Finotti

Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a poeta e escritora de Campo Grande (MS), Cláudia Regina Finotti, com "A queda de Sophia".

A Queda de Sophia

(A Vida é um Sopro no Espaço / Tempo)

Debruça o Tempo

sobre as árvores

como um sopro

inclinando-as em reverência

ao nascer do Sol (Adonai).

O Sol se levanta

acordando as manhãs

grávidas de novas

experiências para compartilhar.

O aprendiz (neófito) alavanca oportunidades,

vê lições todos os dias

sobre Amor e Empatia

mas, responde debilmente

a leitura que faz

sobre os fatos da vida

reportando-a levianamente.

A Vida sempre sente

saudades dos Mestres

como também,

dos estúpidos discípulos.

Artesãos das tardes e cores;

violeta, azul e anil

embriagados por pores-de-sol tardios

deixam escapar lentamente,

numa ânsia juvenil,

crepúsculos de saberes púrpuras.

Quando a noite

com seu manto negro

retornar na paleta do Artista,

a luz entrará inclinada,

podendo assim, ser revista.

Trombam as partículas:

o verde e o amarelo

também se espalham

e só o laranja e o vermelho

chegam aos nossos olhos. Conformista !

O Sol muda de cor

por causa da atmosfera. Relativista !

não terá mais o que se ver do dia

nem tão pouco

do "Vagabundo Equilibrista" !

A Luz costuma projetar Sombras

e sombras revelam siluetas, muitas vezes monstruosas,

que só podem ser "tocadas"

com olhos bem fechados (Ignorância cega / Demiurgo)

e corações abertos...violados...ofertando dor e desespero

No silêncio da noite, o "crepúsculo" dos sonhos emudecidos e cegos

deita e adormece numa letargia alem dessa vida

fingindo descansar das fé mortas em crenças tardiamente acordadas

e envelhece sem amadurecer espiritualmente.

Quantos desejos sonolentos

há nos sonhos violados

que despertam as manhãs bravias

inseminadas pela luz ávida dos dias...

E quanto outros tantos aquecem

o pulsar gentil da Vida

num Sopro de Esperança

que ondulam e modelam

emoções de energias sutis,

numa perpétua guerra espiritual

entre o Bem e o Mal.

Tão Onipresentes quanto o Espaço / Tempo

curvando-se como o vento

numa longa Fermata

assobiando magistralmente a Vida.

Saberes e Profecias

marcando sensivelmente o Tempo

na partitura vazia e fria

preenchida por 7 notas

soando em um harmônico e afinado

Sopro de Vida !