Sábado no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a poeta e escritora de São Paulo (SP), Paula Valéria Andrade, com A Pandemia, da Janela.
A PANDEMIA, DA JANELA
Da janela, vejo o pôr do sol quadrado.
Tudo parado.
Da janela, vejo o vazio do asfalto
Tudo calado.
Da janela, vejo que não vejo o que antes eu via.
Nada na via.
Da janela, vizinhos tomam sol à beira do vidro.
Coração partido.
Da janela, a arvore balança, voam folhas,
Beijam o asfalto, calado.
(Carinho da mãe natureza,
No sistema parado).
Da janela, vejo (mas não toco),
O outro aqui do lado.
Da janela, mudados mutantes,
Nunca mais seremos como antes.
Paula Valeria Andrade
Do Livro O NOVO NO OVO_ 2021
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