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Poesia - A Dança da Ema, por Paulo Portuga

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • há 12 horas
  • 1 min de leitura
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Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor, músico, compositor e poeta de Dourados (MS), Paulo Portuga, com "A Dança da Ema".


A DANÇA DA EMA


O toque do tambor,

de pele de tamanduá,

a flauta feita de taboca

o som ecoa no ar,

ritmando a música,

cadência necessária

que faz o corpo dançar.


Taquaras cruzam o espaço,

se tocam, se afastam,

tocando o chão batido —

lembram o Terena ferido

na guerra do Chaco paraguaio.


Movimento de resistência,

força, garra e inteligência;

conta a história de conflitos

de constantes deslocamentos

em sua longa trajetória.


A “dança da ema” é memória

de um passado de glória —

ritual de branco, azul e vermelho

que elegia seu melhor guerreiro,

pronto para enfrentar a batalha.


Segue os passos da ema,

coreografia do dançarino;

com saiotes de palha de buriti,

cocares com longas penas

adornam o corpo do Terena,

pintado de urucum.


Na reserva ou na cidade

trabalha no subemprego,

vendendo o fruto do seu roçado,

o futuro não espera

a dança é luta, é recado:

queremos paz, água e terra.


Paulo Portuga, 27/10/2025

 
 
 

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Bacana demais! Abraço, Tuga´s!

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