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Poesia - A Bandeira da Poesia, por Isaac Ramos

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 10 de nov.
  • 1 min de leitura
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Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor universitário, poeta e escritor de Campo Grande (MS), Isaac Ramos, com "A Bandeira da Poesia".


A BANDEIRA DA POESIA

(Isaac Ramos)


Deito-me cedo sobre um poema leito,

Porém nada consigo feito às pressas.

Para criar algo que me deleite

Seria preciso mais que uma promessa.


Relaxo-me em um lençol sem costura,

Para cobrir-me do frio e da falta de ritmo.

Sofro pela natureza de escrever.

Às vezes, o que faço são somente versos imaturos.


Não sou abençoado de garças como Manoel de Barros.

Igualmente não serei um gauche na vida.

Talvez um Raimundo, um Severino; jamais um Ulisses.

São tantas pessoas que me movem

Que heterônimo algum saberá me explicar.


Pelas dobras do verso, faço uma poesia sem natureza.

Mas qual será a natureza da poesia?

Seria ela feito de brilho, de luz e de ímpar beleza?

Sei apenas que isso não é poesia, é adorno tão somente.


Chego ao fim do poema como quem perdeu uma viagem.

Sem ritmo, sem alarme, sem nada.

Sinto o vazio de não ter sido um vadio ou devasso.

Até nisso o poema me castigou.

Por isso, despeço-me como o homem da tabacaria pessoana.

Quem sabe alguém me devolva a bandeira da poesia.

E pensar que Bandeira não conheceu Silva Freire.

Que pena! Talvez a poesia estivesse mais alegre.


 
 
 

2 comentários

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11 de nov.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾💪🏾👏🏾

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Isaac
13 de nov.
Respondendo a

Grato pela leitura e manifestação.

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