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  • Foto do escritorAlex Fraga

Opinião – Uma obra-prima para privilegiados: “O Sorriso da Orquídea!”


Assisti o curta “O Sorriso da Orquídea” e posso dizer que foi um privilégio. Por que? Não é fácil abordar um tema extremamente complicado nos dias de hoje que mescla dor, o não acreditar, fuga, realidade e suas consequências bárbaras. A palavra depressão já assusta. Abordar esse tema com tanta qualidade em um curta-metragem é ainda mais difícil. Uma doença do século que atinge milhares de pessoas de formas distintas nesses tempos de reviravoltas. Entender essas as causas, suas nuances, consequências algo é delicado e complicado. O diretor e poeta Vini Willyan foi cirúrgico nesse trabalho inspirado no conto do escritor André Luiz Alvez. Ajuda e esclarece de uma maneira brilhante o estigma sobre esse transtorno mental (no caso do conto - o luto). Vale ressaltar o trabalho na montagem do vídeo através de Bruno Samaniego, que com muita sensibilidade soube pontuar todos os mínimos detalhes – evolução do processo – passo por passo. Cores – Colagem – o não cor que mistura na coreografia mágica da bailarina Siana Subtil (maravilhosa performance). A narrativa feita por Andreza Bartie incorpora a leitura e passeia no caminho das palavras escritas por André. Não é fácil dar essa continuidade da escrita narrada com detalhes específicos. Soube fazer isso com maestria. Mas, outros irão dizer: e o curta como foi? Só assistindo mesmo... Bom, o filme exibido foi para os 30 privilegiados (ocupação máxima) que foram assistir (primeira sessão) e que saíram do Sesc Cultura com algo singular na cabeça: que bom saborear a boa arte. Esse trabalho que é pouco valorizado por representantes dos órgãos culturais governamentais (aliás, não tinha ninguém assistindo). O trabalho elaborado por Vini, Bruno, Andreza, Siana na obra de André merece percorrer em escolas, universidades e todas as cidades do Mato Grosso do Sul. Um trabalho não especificamente só de cultura, mas de alerta os cuidados com a saúde. Querem assistir? Procurem urgentemente! A própria escritora Martha Medeiros diz claramente: “Depressão é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.” Vale a pena assistir com certeza essa obra chamada “O Sorriso da Orquídea”. Eu fui e amei!


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