Live – Juci Ibanez mostra que é a grande voz do samba do MS!
- Alex Fraga
- 8 de mai. de 2020
- 3 min de leitura

Mato Grosso do Sul tem grande cantoras e tem surgido uma safra muito boa de mulheres sambistas, rompendo assim aquele território que por muito tempo foi extremamente “machista”. No entanto, Juci Ibanez é sem dúvida alguma o grande nome de todas as gerações desse ritmo genuinamente brasileiro e que consegue agradar até mesmo aqueles “menos” interessados. Na última semana Juci resolveu fazer sua live em prol da CUFA – Central Única das Favelas (RJ) para as mães que enfrentam grandes dificuldades, principalmente nessa época de pandemia. Acompanhada de um time respeitado de grandes músicos como: Bibi Carvalho (violão), Neio de Jesus (pandeiro e tam tam), Marcelinho do Sax (Sax), Gerson Espinosa (percussão e cajón acústico) e Felipe de Castro (teclados), mostrou que quando realmente está bem e feliz, “não tem pra ninguém) no Estado. No início da live, alguns problemas técnicos na transmissão e ajustes, mas que não interferiram em nada na apresentação. Iniciou com “Ainda é tempo pra ser feliz”, de Arlindo Cruz, Sombra e Sombrinha, mas que fez muito sucesso nas vozes de Zeca Pagodinho e Beth Carvalho. “Telegrama”, do Exaltasamba; “Num Corpo Só”, do álbum Samba Meu, da maravilhosa Maria Rita; “Seu Balancê”, Zeca Pagodinho e em seguida, o grande clássico “Folhas Secas”, de Nelson Cavaquinho, que foi eternizado na voz de Beth Carvalho. “Ao sol nascerá”, de Cartola foi outra canção que para quem gosta muito de samba. Um prato cheio nessa live. Juci Ibanez não deixou pra menos e com seus músicos lembrou o samba paulistano com as músicas de Adoniran Barbosa e cantados pelo Demônios da Garoa, com “Tiro ao Álvaro” e “Trem das Onze”. Para grande surpresa, veio depois com um cara que particularmente merecia mais destaque no samba nacional, Toninho Geraes, com “Se a filar andar”, sucesso com Diogo Nogueira. Voltou com Zeca Pagodinho, “Vai Vadiar” e não esqueceu da grande dama do samba, Dona Ivone Lara com “Alguém me avisou”. Nessa live, algo muito interessante ela cantar uma música que muitos pensam que é do Péricles, com o Exaltasamba, já que o artista cantou muito em forma de samba, no entanto, “Separação” é uma balada romântica do cantor José Augusto. A verdadeira roda de samba continuou com “Será que é amor” de Arlindo Cruz; “Você me vira a cabeça (Me tira do sério), de Chico Roque e Paulo Sérgio Valle e “Meu Ébano”, de Neneo e Paulinho Rezende, sucessos na linda voz de Alcione. Vieram então Almir Guineto, “Conselho”; “Fato consumado”de Djavan; “Telegrama”, de Zeca Baleiro; “Cheia de Manias” do grupo Raça Negra; outra bela música de Toninho Geraes, “Mais feliz” e a conhecida “O show tem que continuar”, do Fundo de Quintal, música de (Arlindo Cruz, Luiz Carlos da Vila e Sombrinha Cruz. Mas, nesses sucessos todos nacionais, Juci Ibanez cantou uma autoral, chamada “Basta”, em parceria com Bibi Carvalho. Bela música que merece ser também gravada por outras cantoras de âmbito nacional, como a própria Alcione. Partindo nesse ritmo, cantou outra de um grande compositor e músico do Estado, Marcos Roberto Bicudo, “Cantando a Tristeza”. A live, enquanto deu o tempo determinado pelo facebook, encerrou com Lecy Brandão, “Zé do Caroço”, música que fala da história de José Mendes da Silva, um senhor que veio do nordeste para o Rio de Janeiro. Zé do Caroço foi um serviço de alto-falante, assistência social e militância em prol do mais pobre quando ainda não existia todo esse conceito de lutas sociais, na verdade, bem pelo contrário, pois era tempo de ditadura militar e ideológica. Juci Ibanez fez e aconteceu mais uma vez: excelente e inesquecível live e que merece outra!
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