O espaço Lounge Literatura: Substantiva Feminina na FLIB – Feira Literária de Bonito teve momentos de grande emoção através das palavras e experiências das poetas e escritoras convidadas. Uma dessas que fez que o público prendesse a atenção pela história de luta e principalmente pelos contos e prosas, foi a educadora e escritora mineira Cidinha da Silva que presidiu o Geledés - Instituto da Mulher Negra e fundou o Instituto Kuanza, que promove ações de educação, ações afirmativas e articulação comunitária para a população negra. Foi gestora de cultura na Fundação Cultural Palmares.
A escritora falou de sua carreira que desde criança tinha esse desejo pela escrita. Sempre procurou ler livros e com isso foi se aprimorando gradativamente com esse verdadeiro “casamento” com as letras. Formou em História pela Universidade Federal de Minas Gerais. Assim começou a publicar artigos acadêmicos sobre relações sociais, de gênero e diálogos com a Educação e Juventude. Segundo ela, em 2006, cedeu ao forte ao desejo de contar suas próprias histórias. Escritora, posicionada politicamente e portadora de aguçado senso crítico, transmite nos seus trabalhos o sentimento de indignação e revolta ao racismo que, para ela, muitas vezes, está amparado por formas cordiais e afetuosas no dia a dia.
Com isso lançou seu primeiro livro intitulado “Em Cada Tridente em seu lugar”, onde aborda as ações que visam garantir e a permanência do negro nas universidades. Mas também Cidinha disse que passou pela literatura infantil com os livros Os Nove Pentes D’África, Kuami, o Mar de Manu, se permitindo fabular e resgatar da africanidade brasileira os valores de amizade, amor e esperança.
A escritora emocionou a todos ao ler partes de alguns contos, principalmente sobre um aluno que falava sobre a fome e suas dificuldades.
Cidinha da Silva tem aquela facilidade da escrita onde o leitor enxerga cada instante da palavra. Seus contos e prosas levam a imaginação e com isso, com a simplicidade da gramática (muitas vezes original na fala), aborda temas essenciais e que devem ser vistos com muita atenção e reflexão. Não é a toa que Cidinha da Silva é considerada um dos grandes nomes na literatura feminina brasileira. O público que teve o prazer de ouvir a escritora por aproximadamente uma hora na FLIB, sem dúvida saiu sensibilizado e pensativo com o grande trabalho de uma pessoa com uma sensibilidade ímpar.
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