Evento promove encontro de gerações entre artistas sul-mato-grossenses. O Festival Sarau Cidadania e Cultura será realizado neste domingo (11), das 16h às 20h, no Parque das Nações Indígenas. A entrada é gratuita.
*** Aline Lira
De músicos de renome como o Grupo Acaba até jovens iniciantes no cenário cultural. Neste domingo (11), das 16h às 20h, o Sarau no Parque promete ser um encontro de gerações em que artistas subirão ao palco para emocionar o público e apresentar o que há de mais potente em termos de cultura sul-mato-grossense. Os alunos do projeto musical da Plataforma Cultural de Campo Grande, por exemplo, sentirão pela primeira vez aquele “friozinho na barriga” que é estar no palco. Com quatro meses de estudos dedicados ao violão e ao ukulele, o grupo de 12 músicos deseja apresentar o resultado dos seus estudos e experimentos artísticos.
“Muitos alunos começaram do zero e, hoje, o grupo se encontra em nível intermediário”, garante o músico e professor Ramão de Barro que sabe o quanto será significativa essa vivência. “Temos relatos de alunos que a música ajudou com a depressão. Tenho uma aluna com surdez parcial, então, os estudos musicais contribuíram em estímulos e desenvolvimento. E a apresentação em público traz muita coisa que agrega no valor pessoal de cada um, por isso não nos faltam motivos para estar no sarau”.
Quem partilha da mesma opinião é o maestro Jardel Tartari que, ao lado do maestro Eduardo Martinelli, coordena a Orquestra Indígena de Campo Grande, na aldeia urbana Darcy Ribeiro. “A gente está desenvolvendo bastante atividades culturais com esse grupo, algumas de iniciativas nossas. E, sem dúvida, o Sarau no Parque é uma iniciativa importante pelo fato de proporcionar um ambiente diferente aos nossos alunos, com objetivo educacional”, explica ele ao se recordar dos locais mais frequentados pela orquestra. “Normalmente, tocamos em teatros, em salas, auditórios. A oportunidade de levar uma orquestra para um palco aberto, um show de objetivo mais popular, enriquece o aprendizado dos alunos”.
Já para artistas que caíram nas graças do público há muitos anos, como o Grupo Acaba, o momento é de reencontro e homenagem. É que esta será uma das primeiras apresentações dos músicos desde a partida do músico Chico Lacerda, falecido em outubro deste ano.
“O Chico é um dos fundadores do Grupo Acaba, um homem de uma visão artística que muito contribuiu com o grupo. Juntos cantamos as nossas origens pantaneiras e ele continua com a gente através do seu legado”, diz o cantor e percussionista, Moacir Saturnino, que vê no Sarau no Parque um momento de celebrar toda a trajetória da banda. “Com mais de 50 anos de carreira, sempre participamos de todos os movimentos musicais do Estado e a gente não poderia ficar de fora do Sarau do Parque. Se, normalmente, a arte fica restrita a apenas alguns espaços culturais, com o sarau a gente vê esse movimento de democratização do acesso às produções artísticas. Algo que eu espero que continue nos próximos quatro anos”.
Desejo de longevidade que é partilhado pela artesã Josefa Mazarão que vive em Caarapó. “É um evento que não se fecha ao núcleo artístico de Campo Grande, o que faz a diferença. Para os municípios é muito importante porque você leva um pouco da arte das outras cidades à Capital”, avalia a artista que há 25 anos se dedica ao tear de pedal. “No MS não há muitas pessoas que trabalham com tear, principalmente, o de pedal como o meu. No estande, vou mostrar um pouco do meu trabalho feito a partir da lã de carneiro e tingimento natural”, detalha.
Todas as apresentações e exposições de arte serão realizadas dentro do redondo do Parque das Nações Indígenas. Entre os artistas confirmados também estão: Tom Alves (Black Music); Boliboli (Performance/Música Eletrônica); Henrique Brabo (Sertanejo); Ariadne Samara (MPB/Samba); Izabel Souza (Sertanejo); Siana Si (MPB); The Lazy Lads (Rock Nacional); DJ Tamys (Música Eletrônica); Zamarso Souza (Popping Dance); Ellinton Martins (Beat Box); Nahome Marques (Pintura/Espaço Brincantes); Banzar (Moda e Design); Patrícia Benites (Artesanato); D’Brabo (Artes Visuais); San Martinez (Grafitti); Lucas Cabral (Rocking Dance).
*** É jornalista
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