Uma interpretação “estupidamente encantadora”. É assim que se pode definir a presença da cantora Thaíse Braga, cantando no projeto “Encontros de Quarentena”, a inigualável Amy Winehouse, em “Back to Black”. Esse leitura surpreende-me muito porque cantar Winehouse tem que ser “abusada”. Uma incrível homenagem a essa cantora que há 9 anos nos deixou no dia 23 de julho. Na realidade marcou o fim do sofrimento da artista e iniciou seu legado imortal aos 27 anos, entrando assim para a macabra lista dos grandes nomes da música que morrem nesta idade. Thaíse Braga que sinceramente ainda não tinha ouvido cantar (mora em Londres - vizinha do guitarrista Luís Henrique Ávila), mostra mais uma vez que o Brasil tem um celeiro de excepcionais vozes femininas. Acompanhada neste gostoso “samba-bossa-rock-blues-jassístico”, por grandes feras de nossa música, ela encaixou em tudo: compassos, sensualidade e muito poder vocal. Luis Ávila (guitarra/drum & beats) praticamente indispensável de comentar sobre esse artista. Com toque mágico em seus acordes, foi mais uma vez grande. Adilson Fernandes (baixo/mixagem): esse é outro verdadeiro “monstro” da sonoridade e é um espetáculo ver e ouvir tocar. Cristiano Rocha, (trompete), que toca com a mais fina perfeição de quem sabe o que os ouvidos do jazz aprecia. E Leca Harper: criadora do projeto, uma artista de mostra que o mais importante de tudo e se sentir musicalmente bem seja nessa época terrível de pandemia, como em outros tempos. Deu um presente a todos que gostam de boa música. Thaíse cantou profundamente e traduziu em emoções o que a letra diz por exemplo em sua primeira estrofe: “Ele não deixou tempo de se arrepender/Não segurou o órgão na calça/Com a mesma velha aposta de sempre/Eu com minha cabeça erguida/E com minhas lágrimas que já secaram/Temos que seguir em frente sem meu cara/Você voltou para aquilo que já conhecia/E já se esqueceu de tudo que vivemos juntos/Eu sigo um caminho perigoso/Tudo vai contra mim/Eu vou voltar para a escuridão”.
Quem bom ouvir Thaíse Braga. Que maravilha esse adorável “Encontros de Quarentena”.
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