
Inicio esse texto perguntando: “Quais são os critérios de escolha dos artistas para se apresentar no projeto Som da Concha?”. A comissão composta por apenas 3 (três) pessoas vai responder para que eu olhe no edital (que na minha opinião normalmente é feito de uma forma para dificultar a inscrição do artista). Só falta exigir papel higiênico com folha tripla. Mas vamos lá. Bom, em primeiro lugar acredito que por mais que possam questionar, particularmente nunca soube de uma comissão julgadora para eventos artísticos de grandeza ser composta por esse número assim. Será que os chamados “técnicos culturais” estão pensando que é igual uma banca examinadora de uma universidade? Talvez... Outra coisa, chamar um “artista” (com amiguinhos na Fundação de Cultura) para compor essa comissão, antes de tudo é uma falta de visão, já que por mais que a pessoa quer ser isenta, é óbvio que no final das contas, irá influenciar e dar “notas maiores” para seus “parças”. Então que se forme uma comissão com pelo menos cinco pessoas, colocando produtores, professores da área musical, entendedores de cultura musical e até mesmo um músico que não seja tão amiguinho assim e faça a escolha sem “tanto amor pessoal”. Que não coloquem ninguém da Fundação de Cultura, isentaria assim seus funcionários (já que comprovadamente há artista beneficiado devido amizade dentro do órgão público). Normalmente quando saem essas “tais” listas, a reclamação é geral justamente porque talvez exista omissão por parte de alguns que tentam “comandar” a Cultura por de trás de uma mesa e nem conhece realmente os trabalhos dos artistas de perto. Talvez a própria presidente da Fundação de Cultura e o diretor pecam em confiar demais em alguns dos seus comandados. Os dois têm boas ideias, no entanto existe uma “thurminha” que realmente é problemática, para não dizer insana. É extremamente desagradável ver que nomes que fazem um trabalho singular, profissional e reconhecido pelo público, em “lista de suplência”. Seria falta de conhecimento do trabalho ou influência política e até mesmo aquela tentativa de deixar a vaga para o amigo?. Convenhamos: Deixar na tal suplência nomes como Geraldo Espíndola, Ju Souc, Jerry Espíndola, Maringá Borget (Três Lagoas), Dagata & Os Aluízios (Dourados - que alias é a banda do MS que faz mais música autoral), Projeto Kzulo, Surfistas de Trem (Ponta Porã), Guga Borba, Canaroots, Tonho Sem Medo (Bandeirantes), General R3, Rodrigo Teixeira é no mínimo uma falta de respeito e desconhecimento total com a música do Mato Grosso do Sul. Pra que dificultar as coisas meu Deus. Além disso, por que colocar classificação? Divulguem o nome dos aprovados e pronto. É simples. Quer quiser saber de sua pontuação, problemas etc, envie um e-mail e o órgão explicará. Gostaria de saber como se pontua um trabalho de Geraldo Espíndola em relação a outro que foi classificado. Geraldo é nota máxima! Acredito que essa tal comissão deveria ter bom senso pelo menos e não deixar Geraldo Espíndola disputar vagas e sim homenageá-lo através de um show dele em todas as edições do Som da Concha ou qualquer evento musical. Ele é referência para muitos que foram “classificados”. Sobre os que conseguiram essas tais vagas? Digo que alguns mereceram, pois têm um trabalho de excelência e uma história na música do MS. Mas tem uns que não. Considero “iniciantes” em relação a outros que não “passaram na seleção”. Por que não há banda de reggae? Samba de raiz? Rap? Por que escolher alguém que reside em São Paulo, que tem seu grupo na capital paulista e não tem nenhuma história musical na cidade? Só porque o indivíduo nasceu em Campo Grande? Será que a FCMS vai pagar as passagens áreas? Estadia é claro, pois está no edital (mais isso deveria ser para aqueles que residem no interior do Estado apenas). Vejo que existe um verdadeiro “boicote” em relação aos artistas de renome, os mais antigos, os quem têm história. O intuito é dar espaço para a nova geração? Acho interessante, desde que esse pessoal faça um trabalho bom e com profissionalismo, o que não está ocorrendo na maioria das vezes. Muita gente boa já não participa dessas seleções por editais porque sabe que há boicote. A não valorização chega a ser cruel. Certo está um dos maiores nomes de nossa música, Guilherme Rondon, que sempre foi “barrado” em vários projetos e não tem vontade alguma de participar de projetos. Vão dizer: ”Ele participou do Festival de Inverno de Bonito!”. Uma história toda resumido em um evento? Outra coisa: bandas e músicos classificados na última edição, nem tocaram e obviamente não receberam. Cancelaram os shows na última hora. Vão ficar como? A prova está aí: Haiwanna, Karina Marques e Adilson Fernandes estão esperando até hoje e com as “mãos abanando”. Abre-se um evento com edital sem ao menos saber se haverá condição de ser realizado? Sabe de uma coisa, é triste ver tanta incompetência em certas pessoas que “trabalham” nos órgãos culturais. É claro que há gente muito boa dentro da Fundação de Cultura, mas a contaminação deste “vírus” já está estagnada há alguns anos! Não pode deixar esse projeto Som da Concha ser um de retalhos em preto e branco. Vamos colorir essa “bagaça”’. É aquilo que sempre digo: a justificativa do fracasso é a pedra fundamental dos incompetentes.
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