Banda de Maracaju (Mato Grosso do Sul) estará lançando single "Espera" no dia 28 e álbum completo até o fim deste semestre. Um trabalho diferenciado, de qualidade e que raramente se ouve por essas bandas do Centro-Oeste.
" I’m tired of being what you want me to be" - traduzindo... (Estou cansado de ser o que você quer que eu seja). Esse trecho da canção "Nunb", da da banda americana Linkin Park é sem dúvida a premissa certa nos pensamentos de quatro músicos do município de Maracaju (interior do Mato Grosso do Sul) chamada Máfia Russa. Ainda neste semestre, Pedro Pessatto (baixista), Odilon Mendes (vocal e guitarra base), Cleyto Vieira (guitarra solo) e Marcos Uzun (bateria) lançarão um álbum autoral (Contos da Carochinha) com 10 canções que tive a oportunidade de escutar no último fim de semana. É aquilo que sempre cobro das bandas locais: "Se desejam ter um reconhecimento nacional e até mesmo internacional, mostrem algo autoral e fujam do dito "cover". Algumas releituras musicais em um show é até interessante, mas busquem identidade própria". Assim fui ouvir "in loco" na cidade de Maracaju o que a Máfia Russa tem de interessante. O trabalho que iniciou por incrível que pareça em 1987, mas após o ano de 2000, os músicos deram um tempo e só retornaram há pouco tempo. Ouvi atentamente 10 (dez) canções desse "disco" que em breve estará em todas as plataformas digitais. Europa, Billies Cool, A Ela, Contos da Carochinha, Espera, Logo Ali, Contraponto, Diário de um Vampiro, Sermão e finalizando com a canção Fé, constroem esse castelo do rock nacional que tanto gostamos e que não perde absolutamente nada para as grandes bandas que nasceram nos anos 80 e 90 no Brasil e que até hoje ditam as regras sonoras do rock n roll. Se ela fosse de Brasília naquela época, com certeza estaria entre as melhores da atualidade. Exagero ? Absolutamente não. A Máfia Russa com esse trabalho autoral mostra claramente que não deseja e jamais desejou ser o que as pessoas querem ouvir (sucessos de outras bandas) e sim mostra com a pura riqueza de sonoridade, o rock autoral e com ritmos que com certeza encantam a todos que gostam de uma boa música. Nessas 10 canções não existe nenhuma que se pode dizer que é "parecida ou lembra outra". Essa mescla de sons às vezes com solos incríveis, outras algo mais romântico, mas pegadas roqueira, conceitual e até mesmo tipo " ritmo tim melhorado", tem a identidade do bom rock n roll. Poderia até destacar algumas dessas canções entre as que estarão compondo o álbum, mas justamente por serem diferenciadas, estaria sendo injusto com meu próprio gosto musical. É ouvir para escolher, mas, é uma tarefa estritamente difícil. Os quatros integrantes formam um casamento musical perfeito. O baterista Marcus Uzun tem a pegada de um Max Cavalera com o inconfundível Mike Portnoy; no baixo, Pedro Pessatto faz um tom mais Bi Ribeiro e com o preenchimento de um John Paul Jones; o guitarrista solo, Cleyto Vieira que já havia visto e ouvido tocar na banda Surfista de Trem, de Ponta Porã, parece que se encontrou totalmente neste trabalho e está impecável. Por fim, o vocalista, guitarrista e compositor Odilon Mendes. Ele dita o ritmo com uma voz que fica entre o Dinho (Capital Inicial) e Bruno Gouveia (Biquini Cavadão). Já ouvi muitas vozes interessantes no rock sul-mato-grossenses, mas posso garantir que sem dúvida, Odilon Mendes está entre os três melhores. Canta muito!. A Máfia Russa está pronta para voar nacionalmente e internacionalmente com certeza. E olha que nunca nesses 37 anos de jornalismo cultural jamais apostei errado! Vale a pena ouvir, cantar e dançar com esse som autoral! Só aguardar a primeira dose no dia 28 com o single "Espera" e garanto que não irão se arrepender!
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