Crítica - Jazz contemporâneo do Ozma no Bonito Blues in Rio Verde: encantador !

Assim como o americano, o jazz francês tem suas raízes no blues e radtime, ritmos que se desenvolveram no final do século XIX, o quinteto francês Ozma que está fazendo uma turnê pelo Brasil, se apresentou no Bonito Blues in Rio Verde e fechou o primeiro dia do festival. Os caras simplesmente encantaram com o fino do jazz, mostrando que o trabalho instrumental chega na perfeição, pois se ouvir cada instrumento perfeitamente. O Ozma fez muito bem para os ouvidos. A técnica de seus músicos foi impressionar, principalmente pela paixão que demonstraram no palco. Liderado pela baterista Stéphane Scharlé, Édouard Séro-Guillaume (baixista), Musina Ebosissé (saxofone), Martin Ferreyros (guitarra) e Dan Jouravcky (teclados), deixaram o público presente de "queixo caído" com o show do recente álbum The Day We Decided to Live at Night. Mesmo não falando praticamente nada em português (e nem fez tanta falta), o jazz contemporâneo mostrado pelo quinteto iluminou os amantes do jazz e daqueles que pela primeira vez estavam ouvindo ao vivo a pura magia desse estilo musical. Um espetáculo, o que podemos dizer que foi essa apresentação dos franceses, que combinou com o jazz, rock e eletrônica, dando uma energia maravilhosa. O Bonito Blues in Rio Verde definitivamente se encantou com esses profissionais da música do Ozma, que há praticamente 20 anos vivem divulgando em todo o mundo esse gênero musical cativante. O mais interessante é que deu para sentir a alegria de todos seus componentes de estar ali tocando em um local longe de Estrasburgo (cidade onde o quinteto nasceu). Foi notório o líder Scharlé se emocionar a cada canção. Na bateria, tocava com leveza e a suavidade de quem tem esse amor pelo jazz. Assistir esse quinteto de jazz foi como se estivesse ouvindo as encarnações dos jazz Messengers ou mesmo do quarteto do Monks dos anos 60... fascinante !!!

Fotos - Sandro Calixto