Sempre gostei dos textos de Susannah Clark, uma escritora inglesa de Nottingham, mais conhecida por sua primeira obra chamada Jonathan Strange & Mr. Norrell, que foi ganhadora do Hugo Award como "história alternativa". As nuances e a liberdade das letras imaginam inúmeros momentos na vida de quem deseja vencer. Na Flib 2019 – Feira Literária de Bonito - que encerrou na semana passada, uma cantora me fez lembrar uma frase que com certeza veste essa artista chamada Izabelê Sovernigo, ou simplesmente Izabelê.
E assim diz: “Você tem que cantar como se não precisasse de dinheiro, amar como se você nunca fosse se ferir. Você tem que dançar como se ninguém estivesse olhando. Isso tem que vir do coração, se você quer que dê certo”. Essa artista que reside em Bonito, mas nasceu em Miranda (cidade pantaneira), teve como proposta no show da Flib cantar o rock nacional e internacional. Canções covers, mas com a sua cara, seu jeito de ser Izabelê. Nada dessa coisa de ficar cantando certinho nota por nota, voz parecida com a original da música, tipo barzinho... Apenas Izabelê... com seus músicos Luiz Lazzaroto, Giovan De Marco Coutinho, Paulo Henrique Breda e Goga Penha.
No início, um nervosismo natural, não só ela, mas também os próprios componentes da banda. No entanto, após os acordes iniciais, tudo foi se encaixando e a “porrada” do rock n’ roll começou para delírio do público presente. Izabelê com sua voz potente e presença inquieta no palco, soube levar cada canção, sua verdadeira arte. Ela canta com coração e agradou até mesmo esse exigente jornalista crítico que viu uma nova voz potencial para o rock sul-mato-grossense. Sabemos que MS há poucas cantoras que se arriscam nesse estilo considerado rebelde, mas gostoso de se ouvir. Ela foi levando cada canção sua gana de vencer sem se preocupar com quem estava olhando ou analisando.
Passado o instante de nervosismo, Izabelê abraçou o palco e o público que conquistou o público. É uma cantora em evolução e que sem dúvida alguma irá conquistar seu espaço facilmente se continuar cuidando de alguns poucos detalhes, como um repertório de continuidade ao verdadeiro rock n’ roll, pois tem potencial para isso. Não se importar em cantar canções mais conhecidas pelo público ou aquelas que os amigos adoram ou estão na boca do público. Ser diferenciada é o fundamental. Ela fez um belo show na Flib e com certeza pode melhorar ainda mais. Foi gratificante ver essa menina com cara de rebelde e voz de “menina que sabe bem o que quer em palco”. Prestem muito atenção nesse nome: Izabelê! O rock feminino está bem vivo!
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