***Fotos - Sandro Calixto*** - - -
Sempre acreditei que não existem instrumentos ruins quando tocados por grandes músicos. Quando anunciaram mais um show do Projeto MS ao Vivo, do Governo do Estado, fiquei incomodado com relação ao da modo divulgação do evento. Li: "MS ao Vivo" terá show de Lenine e com a abertura de Guilherme Rondon". Pergunto: Até quando se criará a coragem e anunciar de uma maneira mais correta, como: "MS ao Vivo terá shows de Guilherme Rondon e Lenine!". Isso é mais coerente e real. Dois grandes artistas do mesmo nível e isso foi comprovado no domingo passado no Parque das Nações Indígenas. Nada contra o pernambucano Lenine, que acho um dos grandes músicos do país. Mas a minha curiosidade era de assistir Guilherme Rondon que há muito tempo não se apresentava um show somente dele para os sul-mato-grossenses. Com uma banda formada com músicos de extrema qualidade: Alex Mesquita (baixo), Sandro Morena (bateria), Renan Nonato (sanfona), Gabriel De Andrade (guitarra), Junior Matos (sopros e teclado), além de um convidado mais que especial, o cantor, compositor e músico Gilson Espíndola. O que poderia dar errado? Absolutamente nada - ou seja, que assistiu esse show com certeza saiu feliz, pois ouviu música de qualidade. O mais interessante, música autoral desse iluminado artista e até não tão valorizado em terras sul-mato-grossenses, mas que por outro lado, elogiadíssimo por grandes estrelas da música brasileira. Foram 11 canções, das quais 9 de Rondon com parceiros. Um repertório especial e gostoso de se ouvir. Começou com uma das mais famosas canções do baiano Dorival Caymmi, "Maracangalha", música essa que transporta versos para esse distrito que fica no interior da Bahia, mas que pouca gente provavelmente nunca foi lá. E assim seguiu com "Paiaguás" e "Crime e Castigo", ambas em parceria com mestre Paulo Simões. Essas duas canções considero obras primas da música sul-mato-grossense. Ao chamar o convidado especial, Gilson Espíndola (uma das melhores vozes do Estado), sem dúvida alguma Guilherme acertou em cheio na escolha. Gilson é daqueles artistas imprescindíveis em um palco quando nos referimos a show de qualidade e harmonicamente perfeito. "Hora Contado"(Rondon e ZeEdu Camargo), "Espelho Deslizante"(Rondon, Celito Espíndola e Paulo Simões) e "Descendo a Estrada" (parceria de Rondon e Alexandre Lemos) deram uma sequencia linda no show. Mas, o público também estava ali para ouvir uma das mais famosas composições de Guilherme e gravada por vários artistas, e que se popularizou na voz de Almir Sater: "Vida, Bela Vida". "Quando me espera você", outra autoral e parceira com Murilo Antunes. Uma canção mais que especial e que mostra esse trabalho impecável do artista e que em 1995, Celito e a Banda Olho de Gato (Dourados) deram uma roupagem diferenciada. Linda música. As três últimas canções, duas delas parceria com Alexandre Lemos, "Até lugar nenhum" e "Chega de Cidade", foram encaminhadas magistralmente para assim encerrar com uma grande e bela homenagem a Geraldo Roca, com a conhecida "Japonês tem 3 Filhas", fazendo o público dançar e cantar. O show de Guilherme Rondon mostrou que sua música é um alimento indispensável para a verdadeira identidade sul-mato-grossense e para todo o país. Que bom seria que artistas como Rondon tivessem uma valorização a mais no Mato Grosso do Sul como ele e tantos outros merecem. O show não foi uma abertura para o de Lenine e sim o primeiro dos dois que foram realizados na noite, como poderia ser o último! Foi perfeito!
Fotos Sandro Calixto - - -
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Alex Fraga sempre um jornalista com visão diferenciada. Parabéns por apoiar sempre is artistas e ser direto nas críticas.
Fernanda Lopes - Campo Grande MS
Boa matéria e crítica necessária . Foram dois shows e com grandes artistas. Gosto e admiro os dois, afinal, são gênios.
Reflexão necessária .
Rita de Cássia
Dourados-MS
Guilherme Rondon é tudo de bom. Grande artista.
Leandro Lourenço - São Paulo SP
Um dos principais do MS. Show lindo mesmo.
Paula de Souza - Campo Grande MS