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Crítica – Fernanda Ebling encanta com seu show no Festival de Inverno de Bonito

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga

Quando foi anunciado o nome da douradense Fernanda Ebling para apresentar no Palco das Águas do Festival de Inverno de Bonito deste ano, confesso que me causou estranheza. Sim, justamente porque na realidade a conhecia através do trabalho como poetisa e incentivadora da literatura na região de Dourados, através do Arrebol Coletivo Literário. Ainda mais pensativo fiquei, já que muitos bons artistas sul-mato-grossenses, vários da Capital, ficaram de fora. Mas na realidade penso também que sempre é necessário não julgar antes de você ouvir, ver e sentir um trabalho musical de alguém. Por isso esperei e fui naquele ditado popular: “ver para crer”.


A segunda noite musical a atração maior estava nada menos do que os renomados baianos do Baiana System, sendo assim, o público cativo que adora essa mistura do afoxé com reggae, lotou o local. O que já que me agradou de imediato, é que o trabalho que Fernanda iria apresentar, era totalmente autoral. Ou seja, um ponto a mais, pois sempre questiono os músicos sul-mato-grossenses que não conseguem sair do cover e na maioria das vezes, chega a até se cansativo ficar ouvindo sucessos de cantores e bandas nacionais.


No palco Fernanda Ebling apostou no seu trabalho 100% autoral, intitulado "Coloral" (com L sim, de propósito). De imediato avistei no palco músicos de Dourados: Alan Almeida (contrabaixo), Maurel Stein (guitarra) e Willian Grando (bateria) e pensei: será praticamente impossível com a qualidade musical desses caras que algo ruim sairá. E não deu outra. Como Gabriel de Jesus Monroy (Gringo) diz: “A música não é uma questão de apenas técnica ou dom, mas sim de sentimento de vontade”. A musicalidade eclética dessa artista me encantou juntamente com o trabalho maravilhoso de arranjos de seus músicos e um amor musical inigualável.


Essa verdadeira mistura de ritmos brasileiros, como baião coco, maracatu, reggae, chamamé, reggae, samba, bossa nova encantou a todos (na maioria jovem). Foram apenas 12 canções, onde em vários momentos o público dançou e aplaudiu muito. Ela e seus músicos passaram uma energia incrível e passearam por ritmos fantásticos. Nota-se um ponto de excelência: todas autorais. Cantou seus poemas musicais: Acordei Saudade, Idas, Passarinho, Só Falta Você Saber, Rei, Mirados, Entre a Grama e o Luar, Manicômio, Cordas e Mirados, encerrando com Café (canção de canta para filhota dormir, mas com outro ritmo).



O show encantou-me. Um trabalho perfeito e que não deixa a desejar para nenhum trabalho musical no país. Sim, nacionalmente e não apenas no Mato Grosso do Sul. Mais uma vez Dourados mostra que tem um potencial artístico maravilhoso e que deve ser olhado mais com bons olhos por aqueles que produzem shows e cultura em geral no Estado. Ouvir essa cantora sul-mato-grossense cantar um trabalho de excelência, foi como tirar um grande peso nas costas por saber que temos artistas que se preocupam em realizar um trabalho autoral estritamente de bom gosto. Simplesmente amei!

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