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Crítica - Escritos de Paulo Nolasco, por Gicelma Chacarosqui

POR ENTRE RESTOS DE CRÍTICA , UMA RONDA NOTURNA: REUNIÃO DE RETALHOS *** Gicelma Chacarosqui

Paulo Nolasco me incumbiu de escrever sobre seus escritos : Ronda Noturna e Estes texto, Estes Restos: Notas críticas reunidas. Quando Paulo convida não temos como recusar. Pois Paulo é Paulo. É o melhor, é orientador para a vida. É amigo deleto. Mas, acima de tudo é íntegro no que faz em maestria: a arte da escrita crítica. E não é que Paulo Nolasco também faz ficção. Sim, Paulo estreia na Ficção com RONDA NOTURNA ( 2022). Que escrevo em maiúscula porque é imprescindível. Sim, desde a capa que nos induz a rondar “noturna” “mente” pelos escritos (de/com) Nolasquianos. Desde a escolha da editora da capital do Mato Grosso do Sul, do papel biodegradável, demonstrando preocupação com o meio ambiente, à apresentação da fantástica Dr.a Leoné Barzotto, que nos aponta assombrosamente os “contrapelos do esperado”. Sim, ficamos no “fio da navalha” de uma escrita que se faz nos entremeios fronteiriços de um Sul do Mato-grosso, que já foi unificado. Mas, o que pula aos olhos, não foi o protagonista, narrador ensimesmado, matogrossulense apaixonado, introspectivo, erudito, sensível, com todas as contradições de um ser humano mestiço/cosmopolita/ interiorano, que como um exoesqueleto, carrega consigo sua casa, sua aldeia e que deixa claro: saio do matão, (Mato Grosso hoje, Sul do Mato-grosso) , mas ele não sai de mim. Sim, o que me chama a atenção não são as personagens esmeradas, que envolve e faz com queiramos ler mais, e mais, e mais, numa ronda que segue a ronda do escritor. O que se avultou para mim foi o foco narrativo, os fluxos de consciência, e técnicas inúmeras de “saber narrar”, bem aos modos do romance contemporâneo que quando não tem formas, inventa, bem aos moldes do que propaga Georg Luckács em a Teoria do Romance ( ano) . Esse foco narrativo híbrido de poesia e prosa, faz de RONDA NOTURNA ( 2022) uma odisséia Moderna, uma odisséia do sul do Pantanal. Lotman em A Estrutura do texto artístico ( 1979) nos chama atenção para as imagens artísticas e tudo que um texto, “obra de arte” nos permite formular. Nolasco a exemplo das afirmativas Lótmanianas edifica sua obra plasmando por uma arquitetura estética repleta de imagens, em tons terra, e com uma paleta de corres guaicurus, afinal: Tupy or not Tupy, of de Question?. A todo momento o foco narrativo nos exemplifica o que são as funções de um texto, assim como nas Teoria do texto contemporâneo, tão bem explicado por Lótman. Mas não de qualquer texto. De um texto arte, um texto que comunica, interpela e se faz mnemônico. Por sua vez, peça-chave na teoria de Bakhtin, Questões de Literatura e Estética, a Teoria do Romance ( 2015), nos aponta para o dialogismo, e RONDA NOTURNA ( 2022) é toda dialogo, com a teoria da literatura, com a semiologia, com a semiótica, mas acima de tudo com a vida... Sim com uma vida de Leitura da palavra e da “palavra-mundo”, como bem afirma Paulo Freire. Nosso poeta maior Manoel de Barros, citado por Nolasco, usa imagens fantásticas para falar que o Pantanal e seus delimites “[ ...] A régua é existidura de limites”, assim como que para o Pantanal não existe réguas, para a prosa inaugural de Paulo Sérgio Nolasco dos Santos a palavra é um deslimite.


***Gicelma Chacarosqui Professora Associada III da UFGD, Graduação e Mestrado. Dr.a Pela Pontífice Universidade de São Paulo/ PUCSP Pós-Dr.a Pela UFMT/ Estudos de Cultura Contemporâneas/ ECO-UFMT Membro da Academia Douradense de Letras/ cadeira 30


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