A luz apagou-se na terra e o céu começou a brilhar. A passagem de Jair Damasceno ontem (3) (câncer) para outro plano fez lembrar da frase de Buda: “Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade em sobreviver a tudo de ruim”. Difícil por sua vez é adaptar para sobreviver nesses tempos sombrios. Jair Damasceno sempre lutou pelo teatro e dança, duas das áreas que como outras no Brasil, se arrastam na esperança de apoio e valorização. As palavras travam quando queremos escrever de pessoas tão queridas. Mas podemos dizer que esse artista foi o responsável pela evolução do teatro e da dança em Mato Grosso do Sul. O primeiro bailarino em palco no Estado. Quebrou-se um ciclo - apesar que todos irão um dia, não nos conformamos nunca. Para quem não sabe, esse excepcional artista do mundo, Jair Damasceno nasceu em Tefé, no Amazonas, e como no currículo dele diz, era é autodidata. O pai recitava poesia, a mãe tocava violão e cantava. Em Manaus, onde estudava, teve o primeiro contato com o teatro frequentando programas infantis no Teatro Amazonas, depois em Belém, no Theatro da Paz e aos 14 foi morar em Fortaleza, onde passou a frequentar o Teatro José de Alencar. Depois veio para Campo Grande, onde estabeleceu alicerce por 54 anos. Convidado por Américo Calheiros, em 1973 participou do espetáculo do Gutac, ‘Apocalise Zero Hora’ e se apaixonou pelo teatro, não saindo mais. Ele era formado em Pedagogia, Atuou durante 35 anos em empresa da iniciativa privada e as artes cênicas sempre foram atividades paralelas - fruto da curiosidade e interesse que lhe permitiu conhecer pelo país grandes nomes das artes brasileiras com quem aprendeu através de cursos e oficinas, além de ter assistido centenas de espetáculos, nacionais e estrangeiros. Com 45 anos de dança, foi uma arte viva constante e inovou com o primeiro nu em cena em Campo Grande na peça “Sangue Eletrônico”, texto de Veríssimo, encenado pelo Grupo Alma de Circo da UFMS. Neste momento está voando pelo horizonte e brilhando com sua arte que jamais deverá ser esquecida! Terça-feira (8) é teu aniversário... Então voe querido...voe...voe...
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