Sexta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de texto poético da poeta e escritora Sylvia Cesco, com Acorde, as aldravias chegaram!
Acorde, as aldravias chegaram!
Há pouco mais de duas décadas, um grupo de professores, pesquisadores linguísticos, doutores em Semiótica mineiros , após anos de estudos, ofertaram à comunidade literária a primeira e autêntica poesia brasileira, à qual deram o nome de aldravia. O nome se origina da palavra aldrabe/aldrabe, que era uma peça feita de metal, presa às portas das antigas casas e que anunciava aos que estavam do lado de dentro, ao ser batida, a chegada de alguém. Se os sonetos, os haicais, os madrigais, as sátiras, as odes, as elegias, e outras tantas formas de poesia são importados de terras europeias, asiáticas, o grupo mineiro – Andréa Donadon-Leal, J.B Donadon, Gabriel Bicalho, J.S.Ferreira e outros nos brindaram com maravilhosos versos sem necessidade de rimas, porém com alguns critérios necessários a ser cumpridos, sendo dois deles, o da poeticidade e da permissão libertária da Figura de Linguagem da Metonímia. Seguem abaixo seis aldravias de minha autoria:
1
lavramores
em
nostalgias
poetas
de
aldravias
2
beija-flor
pousado
prenúncio
de
jardim
abandonado
3
bemóis
sustenidos
amadurecendo
ao
sol
gira(s)sóis
4
rendas
finas
esgarçadas
:
núpcias
envelhecidas
5
hortênsia
afogada
em
lágrimas
teu
olhar
6
sabiás
sonolentos
borboletas
manhosas
acordam
manhãs
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