
Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de artigo com o pároco da Igreja Nossa Senhora do Salete (Primavera do Leste MT), P. Osmar Resende, sdb, com "Oração e Compaixão".
ORAÇÃO E COMPAIXÃO
Osmar Resende sdb
Duas atitudes fundamentais em Jesus: oração e compaixão (cf. Mc 6,30-34). Jesus apesar de sua atividade intensa, tinha seus momentos de oração. Em certo sentido estava sempre em oração, pois sempre estava em comunhão com o Pai. Mas havia momentos em que ele se dedicava exclusivamente à oração. E fazia experiência com seus discípulos: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”.
Em outra ocasião, antes da escolha dos doze apóstolos, “Jesus foi à montanha para orar e passou a noite inteira em oração a Deus” (Lc 6,12).
Voltando, porém, a Marcos, citado acima, “ao desembarcar Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor”.
Duas atitudes fundamentais em Jesus. Oração e compaixão.
Corremos o risco de vivermos alienados, sem rumo, sem direção, sem um projeto de vida pessoal. Nada melhor que fazermos experiência do deserto interior e, possivelmente, num lugar tranquilo, para penetramos nos labirintos de nossa consciência e buscarmos o real sentido de nossa vida, de nossa existência. Não estamos certamente aqui nessa Terra por acaso. Deus tem um propósito para nós e precisamos buscar no mais íntimo de nosso ser.
O homem fez viagem à lua, mas não é capaz de fazer uma viagem dentro de si mesmo.
Aliado a isso, a oração nos ajuda a penetrar no mundo de Deus, a nos aproximar de seus mistérios, de sua vida, para assim nos divinizarmos, entrando em comunhão com Deus.
Mas não podemos ficar só nisso, o que já é uma grande coisa. Mas havemos de fazer experiência da compaixão. Sintonizarmos com a dor, o sofrimento, a necessidade do irmão. Isso é compaixão. E a partir da compaixão, nos propormos a fazer algo para ajudar as pessoas.
Não temos condições de resolver todos os problemas do mundo, mas Deus coloca alguns desafios em nosso caminho, possíveis, viáveis. Depende, porém da abertura de nosso coração, de nossa sensibilidade, do sentimento de solidariedade, fraternidade.
E temos ao longo da história, pessoas que viveram intensamente essa experiência: oração-compaixão. Lembro aqui Dom Bosco, que era um homem de uma espiritualidade profunda, vivencial e ao mesmo tempo tinha uma grande compaixão. Nas origens de sua missão é notável o fato de que ao visitar jovens no presídio, se compadeceu e se perguntou o que poderia fazer por eles, e o que fazer para evitar que tantos jovens fossem parar atrás da grades de um presídio qualquer e, ao contrário, encontrar um caminho, um apoio para que se tornasse um bom cristão, um bom cidadão.
Madre Teresa de Calcutá, uma mulher de fé, de oração intensa, de adoração, mergulhava no meio da pobreza, da miséria daqueles indianos que viviam à margem da sociedade. E o que dizer da Irmã Dulce do Pobres? Uma mulher que dedicou toda sua vida aos menos favorecidos, movida pela compaixão e sustentada pela oração.
Padre Osmar sempre muito acertivo em suas contextualizaçoes...