
Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de artigo com o P. Osmar Resende sdb, pároco da Igreja Nossa Senhora do Salete (Primavera do Leste MT), com "Misericórdia".
MISERICÓRDIA
Osmar Resende sdb
Outro dia falamos sobre as bem-aventuranças evangélicas. E entre elas a misericórdia. Hoje Jesus nos fala especificamente sobre a MISERICÓRDIA (Lc 6,27-38).
Jesus nos diz: “Amai os vossos inimigos e fazei bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam” (Lc 6,27).
Se é difícil amar os amigos, muito mais difícil é amar os inimigos. Mas é a lei da felicidade. Se queremos ser verdadeiramente felizes havemos de amar a todos sem distinção. É o que Cristo nos ensinou com suas palavras e com seu testemunho de vida. Perdoar e fazer o bem a todos.
“Sede misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso”, pois “Deus é bondoso, também para com os ingratos e maus” (Lc 6,36-37).
Jesus morreu perdoando: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Se devemos perdoar “setenta vezes sete” é porque Deus nos perdoa “setenta vezes sete”, isto é: sempre.
Os últimos papas têm falado constantemente sobre a misericórdia. João Paulo II publicou “Dives in misericordia”. Papa Francisco Escreveu “Misericordia et misera” no termo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.
Papa Bento XVI disse certa vez: “Aquele que nós trespassamos com as nossas culpas não se cansa de derramar sobre o mundo uma torrente inexaurível de amor misericordioso”
Perdoar, às vezes, exige um processo longo, trabalhoso. Não é fácil perdoar. Não é tanto uma questão de sentimento, de afeto, mas de libertação interior. Exige força de vontade. Uma verdadeira luta interior. Precisa tempo para recuperar a paz interior.
Certa vez, no alto de um monte, enquanto celebrava uma missa, me veio o desejo de amaldiçoar alguém lá embaixo na vila, pois causava um grande mal ao pessoal, vendendo droga, mas graças a Deus, me veio logo depois a intuição de rezar pela pessoa, para Deus tocar o coração daquela pessoa. Abençoar. Não amaldiçoar.
Um livro de que gosto muito é “Liberte-se perdoando” (a terapia do perdão para a cura interior) de Carlos Afonso Schmitt. Ele aconselha, entre outras coisas, colocar Deus no meio, isto é: rezar pela pessoa que nos causa, raiva, ira, ódio, rancor.
Assim como nós queremos ser perdoados por Deus e pelas pessoas, assim também devemos nos esforçar para perdoar nosso próximo, com um coração compassivo, misericordioso.
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