Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de artigo do pároco da igreja Dom Bosco, de Guarapuava (PR), P. Osmar Resende, sdb, com Assunção de Nossa Senhora.
ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
Osmar Resende SDB
A Igreja Católica celebra neste domingo a Assunção de Nossa Senhora, Maria de Nazaré.
O Evangelho proposto para o dia de hoje é Lc 1,39-56, que nos fala da visita de Maria a sua prima Isabel. Logicamente que o Evangelho de Lucas foi escrito muitos anos depois da morte de Jesus. E, como os demais Evangelhos, se fundamentam “fundamentalmente” na Ressurreição de Jesus. Então os acontecimentos são vistos à luz da ressurreição e, consequentemente, do reconhecimento de seu senhorio, de sua divindade. Recentemente celebramos a Ascenção de Jesus. E hoje, a Assunção, a elevação de Nossa Senhora aos céus.
E, por que não apresentamos a narração evangélica da Assunção? Simplesmente porque não existe. A celebração da festa da Assunção de Nossa Senhora, Maria, a Mãe de Jesus, é uma tradição antiga da Igreja. Qual o significado para nós hoje desta celebração?
O Evangelho de Lc, acima citado, narra a visita de Maria a sua prima Isabel, provavelmente em Ain Karim, próximo a Jerusalém. O Evangelho nos diz que Maria se dirigiu a uma região montanhosa. Temos várias referências no Evangelho e outros escritos da Bíblia de fatos significativos ocorridos no monte, na montanha. O alto da montanha representa sempre o desejo, o anseio de subirmos os píncaros dos montes para podermos desfrutar uma visão impressionante, termos uma sensação fantástica, de liberdade, de paz, de felicidade. É um dos arquétipos do nosso inconsciente.
A liturgia nos convida no prefácio da missa a erguer nossos sentimentos, nossa disposição, nosso astral: “Corações ao alto!” É o desejo de assunção, de subida, de transcendência, além e acima de nossas mesquinharias.
A celebração da assunção de Nossa Senhora ás vezes entra em contraste com a “dormitio”, ou seja a “dormição de Nossa Senhora”. Quando entramos no mundo da morte, surge um mistério em nossa mente. Todos nós sonhamos de alguma forma com nossa imortalidade, com nossa felicidade eterna, como nossa elevação, nossa glorificação.
O Evangelho nos fala do protagonismo de Maria. Algo inacreditável para aqueles tempos. Uma mulher que vai ao encontro de outra ultrapassando distâncias, vales e montes. E quando se encontram se rejubilam, se festejam, num verdadeiro êxtase. Duas profetisas: Maria e Isabel. Isabel que saúda a bendita entre as mulheres. Maria que reconhece as maravilhas operadas por Deus em sua vida, em sua história.
Mergulhemo-nos no mistério de Maria e procuremos escalar as alturas celestes.
Bom domingo.
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