O artigo deste domingo no Blog do Alex Fraga do P. Osmar Resende, sdb, da Paróquia Dom Bosco de Guarapuava (PR) intitulado: Assunção de Nossa Senhora.
ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
Osmar Resende SDB
A Igreja Católica celebrava a Festa da Assunção de Maria, carinhosamente chamada no Brasil de Nossa Senhora, no dia 15 de agosto. Porém, não sendo mais feriado como antigamente, passamos a celebrar no domingo seguinte (se não coincidir com o domingo).
Sempre tive dificuldade em entender e explicar este dogma. Mas me resigno com Shakespeare que dizia: “Existem mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha a vã filosofia”.
Mas desta vez veio em meu socorro Xabier Pikaza, com seu artigo publicado em IHU – UNISINOS, em 2016, que diz: “Maria morreu e foi enterrada, e é muito provável que tenha sido sepultada nos arredores da igreja de Maria que está junto à torrente do Cedrón de Jerusalém, perto do Getsêmani, no sopé do Horto das Oliveiras, e que sua memória se conservasse ali, no contexto de uma comunidade judeu-cristã”.
Contra fatos não há argumentos. Em 1996 estive em Jerusalém. E aí tivemos a oportunidade de visitar a “Igreja da Dormitio”, ou Igreja da Dormição, onde, segundo a tradição teria ocorrido a morte de Maria, como um profundo sono. Os Evangelhos falam pouquíssimo de Maria e naturalmente não fala da assunção. Existem vários evangelhos apócrifos que falam desse fenômeno. E assim Pio XII proclamou o dogma da assunção em 1950, baseado na tradição. Mas como interpretar esse dogma?
Sabemos que os orientais às vezes usam uma linguagem simbólica que para nós fica difícil distinguir entre o real e o imaginário.
Dessa forma, Xabier Pikaza conclui: “Seja como for, a Igreja sabe que Maria completou seu caminho, alcançando a glória messiânica de Cristo, seu Filho, e abrindo um caminho para o conjunto da humanidade, que está sendo elevada em carne a Deus” (IHU – Unisinos, 16/08/2016).
Por falta de texto bíblico referente, a Igreja usa neste dia o Evangelho de Lucas (Lc 1,39-56) que fala da visita de Maria a sua prima Isabel, na montanha, Ein Karem. Ela parte sem demora para ajudar sua prima grávida. As duas se encontram numa grande efusão de alegria. Ela sai de si para atender a necessidade da outra, levando dentro de si o Messias Salvador. Ah! Quanta alegria! Isabel exulta ao ver ali a realização dos sonhos dos profetas na pessoa de Maria. Após a ressurreição de Jesus os fatos assumem um significado místico, salvífico. É a alegria da bem aventurança, uma prévia do que seria a glorificação do Senhor e de sua mãe Maria.
Nesse dia, lembramos de um modo especial as religiosas e os religiosos, pessoas consagradas a Deus, que pretendem como Maria, levar a Boa Nova, o Evangelho, à humanidade sofredora, para que também se alegre com o anúncio da salvação.
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