top of page
  • Foto do escritorAlex Fraga

Artigo - A Oração Incessante, por P. Osmar Resende

O artigo deste domingo no Blog do Alex Fraga do P. Osmar Resende, sdb, da Paróquia Dom Bosco de Guarapuava (PR) intitulado: Oração Incessante.

A ORAÇÃO INCESSANTE

Osmar Resende SDB


Tanto as Bíblias evangélicas quanto as católicas nos apresentam a “Parábola do juiz iníquo”. O que significa iníquo? O dicionário nos diz que é “malévolo, perverso, que não pratica a justiça”.

O Evangelho de Lucas (Lc 18,1-8) nos apresenta aí dois personagens: o juiz iníquo e a viúva desprotegida. Na linguagem bíblica de Israel as viúvas, os órfãos e os estrangeiros eram considerados pessoas desprotegidas. Como vemos ainda hoje em alguns países de governo islâmico, como no Irã, as mulheres são marginalizadas, desprovidas de direitos, discriminadas, condenadas à morte por não adotar certos costumes próprios do Islamismo, como o uso da burca, por exemplo.

Então a mulher clama ao juiz com insistência para lhe fazer justiça. O Evangelho não especifica que tipo de injustiça a mulher sofria. Mas o juiz atende ao pedido da viúva para não ser importunado. A questão que se coloca é esta: será que Deus também não atende aos indefesos? Escolhidos por ele mesmo? Sim. Deus não é imparcial. Ele assume a defesa dos pobres e oprimidos, sem abandonar o pecador.

Assim Jesus nos convida a orar incessantemente. E ele nos dá o exemplo quando no Horto das Oliveiras clama: “Pai, se é possível afasta de mim este cálice” (Lc 22,42). Mas logo depois se entrega: “Não se faça a minha vontade” (idem).

Neste sentido lembro Dom Luciano Mendes, ex-presidente da CNBB, em processo de canonização, que dizia não ter coragem de pedir a Deus a recuperação de saúde de sua mãe, uma vez que já vivera mais de noventa anos. E Alexandrina Costa, uma salesiana cooperadora de Portugal, que após sofrer um acidente numa fuga de violência sexual, se entregou nas mãos de Deus e por mais de trinta anos viveu num leito de dor e sofrimento, entregando-se aos desígnios de Deus, da Providência.

Muitas vezes nos entregamos a uma oração alienante, pedindo a Deus aquilo que compete a nós humanos resolver, uma vez que Ele nos dá a inteligência, a criatividade, a liberdade para resolvermos os problemas. Uma pessoa que se expõe por anos a fio ao contato com agrotóxico, não tendo os devidos cuidados, corre o risco de ser contaminado, inclusive pelo câncer. Agora não adianta pedir a Deus sua cura total. A natureza não perdoa.

Jesus nos convida a buscarmos acima de tudo o “Reino de Deus e sua justiça” (Mt 6,33).

Deus é também juiz, mas um juiz imensamente bom e misericordioso. O “juiz iníquo” da parábola é antimetáfora de Deus.

Dessa forma, concluímos que devemos orar e orar sempre, insistentemente, mas ao mesmo tempo nos adequar ao Plano de Deus, ao Reino de Deus e sua justiça.

90 visualizações0 comentário
Musician

© 2023 por O Artefato. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page